Jorge Sampaio continua a dizer que o povo lhe deu razão, quando deu a vitória a Sócrates. Ora, esta é a mentira do século, mas o século ainda agora começou.
Sampaio sabe que foi ele que escolheu Sócrates. Dissolver o Parlamento naquele momento era dar a vitória ao Partido Socialista e o resto é conversa. O voto popular, em Fevereiro de 2005, foi instrumental.
Mas ainda que possamos admitir, com alguma compaixão, que Sampaio tem razão, temos de dizer, também, que o povo votou no Partido Socialista e não em Sócrates. Como sabemos, o Partido Socialista apresentou um programa eleitoral que é substancialmente diferente daquele que o líder do governo agora aplica.
É tão ilegítimo o governante que não vai a votos (Santana Lopes), como aquele que leva um programa a votos e executa outro (José Sócrates). Eu diria, com tranquilidade, que o segundo caso é mais grave. De resto, era muito interessante ver umas eleições legislativas disputadas, agora, entre Sócrates e Santana Lopes.
Lamentavelmente, Cavaco Silva está politicamente apaixonado por José Sócrates. O presidente da República tem uma tara pelo desperdício de dinheiro e José Sócrates parece-lhe o homem ideal. Pediu estudos sobre a OTA, é verdade, mas isso é um jogo amoroso como tantos outros. Está a fazer ciúmes. Eu não ficaria admirado se Cavaco enviasse um bilhete a Sócrates, dizendo: Zé, queres fazer comigo um pólo industrial, daqueles que ficam a apodrecer e só lá vai parar uma carpintaria?
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