domingo, dezembro 07, 2014

O PS e a esquerda

Eu sou dos que estou convencido que o PS não governará à esquerda depois de 2015. Não porque seja Costa o candidato. Simplesmente porque nunca governou à esquerda.

“Não é possível ser alternativa às atuais políticas [e] querer prosseguir as atuais políticas”. Pode parecer, mas não: a frase não aparece num comunicado do PCP ou do Bloco, ela foi mesmo dita por António Costa no Congresso do PS. Significa isto que o PS vai mesmo virar à esquerda? É agora?
Na ausência muito provável de uma maioria absoluta, veremos Costa, que gosta tanto de coligações, que avisa já que “não podemos viver numa situação de instabilidade ou paralisada por divergências” dentro delas, a propor negociações ao PCP e ao BE, os tais que vivem “na posição cómoda do protesto e não trabalham para a solução” (PÚBLICO, 30.11.2014)? Ou de tudo isto sairá apenas um convite a Rui Tavares para uma secretaria de Estado, ou um Ministério da Justiça oferecido a um ulceroso Marinho e Pinto? Fora do PS (e do Livre) ninguém acredita na primeira hipótese: a direita finge-se chocada com a “radicalização” à esquerda do PS, mas até Teresa Leal Coelho (PSD) percebeu que a viragem do PS à esquerda é um “taticismo” de António Costa que durará pouco (Sol, 5.12.2014). 

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