sexta-feira, janeiro 16, 2015

Cheira bem, cheira a Lisboa

Diz que é uma espécie de socialismo. A partir de hoje, quem tenha carro de pobre deixa de poder circular no centro de Lisboa. Diz que é uma espécie de ecologia. A menos que seja por exemplo um táxi, e então já pode. A ideia não será, portanto, modernizar a frota de táxis da capital do nosso turismo, pelo menos para já, o que até faz um certo sentido. Bem vistas as coisas, observar uma cidade cheia de casas a cair de maduras da janela de um táxi a cair de maduro tem a sua coerência. Mas para já, para já, a mensagem é: “se queres circular em Lisboa, faz-te rico e compra um carro como deve ser, que nos transportes públicos também não te safas, para além de serem caríssimos, também podem poluir à vontade, estão excepcionados”. Não se zanguem. É pelo ambiente, e tudo o que é pelo ambiente é bom. Para além do mais, este resumo desta medida do Costa autarca é em tudo igual a este outro das soluções propostas pelo António Governante: “se Portugal quer resolver o problema da dívida, que cresça e se torne um país como deve ser”. Cá está ela outra vez, a coerência. O homem gosta de nos mandar enriquecer. Não tem nada de mal, pois não? Cheira bem, cheira a Lisboa. Uma capital sem pobres. É boa ideia. Caramba, eu não hei-de morrer sem ver o António governante a encerrar a A1 durante uma semana para fazer o upgrade do "piquenicão" do Belmiro pelo qual o Costa autarca costuma mandar encerrar a Avenida da Liberdade durante três dias. Diz que é para o bem da economia.

DAQUI