terça-feira, fevereiro 10, 2015

A ilha das trevas

Um consórcio internacional de jornalistas conta-nos hoje a história de uma associação de malfeitores secular constituída como banco com filiais em vários países que vendeu a 104 mil clientes de 203 nacionalidades serviços de auxílio à evasão fiscal e branqueamento de capitais. Apesar de  entre 2006 e 2007 o roubo ter movimentado um valor superior ao do PIB anual português, a fraude envolve mais de 180 mil milhões de euros, apesar de haver mais de 600 nomes de portugueses ou estrangeiros com ligações a Portugal na lista de mafiosos, isto é, o nosso Estado social é um dos saqueados, e apesar daquela lista juntar os nomes de responsáveis pelo combate ao terrorismo da Interpol com traficantes de armas procurados pela mesma Interpol, e o combate ao terrorismo charlie anda nas bocas do mundo, nem por isso o tal jornalista que acusa pedintes gregos sem dinheiro sequer para comer de subornarem médicos se plantou à porta da filial suíça do HSBC para, com aquele entusiasmo  que lhe despertam os paralíticos, nos dizer umas das suas sobre a criminalidade organizada em grande escala pelos poderosos. É o plantas. “HSBC garante que fez “transformação radical” desde 2008”, lê-se na imprensa do dia. Os criminosos já “garantem”. E vai ficar mesmo assim. O perigo é a Grécia. Aqueles bandidos dos gregos é que querem viver à nossa conta.

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