quarta-feira, fevereiro 18, 2015

Até onde é que é publicidade?


Perante a quantidade de reclames da Nutribalance e da MEO, na rádio e na televisão, respectivamente, não creio que estejamos perante campanhas de publicidade, mas de coacção, em que se nada for feito, ou seja, se não contratarmos uma dieta ou um serviço de televisão, continuaremos a ser torturados.
“Mas eu já contratei e a tortura continua” – dirá o Leitor que, desesperado, já contratou tudo. Pois é, o caso parece tão grave que mesmo depois de se contratar a dieta e os serviços, eles dizem “vá, agora os teus amigos, vamos, ou queres continuar a ver os nossos reclames?”. É que parecem mesmo querer ficar com tudo. Ou pelo menos, azucrinar todos.
A verdade é que eu já via muito pouca televisão, mas agora só vejo anúncios da MEO com o Ricardo Araújo Pereira, porque é o que está sempre a dar. Na Coreia do Norte estão sempre a levar com o senhor Kim, em Portugal estão sempre a levar com o senhor Rap, o que nem seria mau se fosse a fazer o que ele faz bem. Mas a vender parabólicas é que é uma pena.
Quanto à Nutribalance, se as suas dietas forem como os seus anúncios, uma pessoa ganha uns quilos valentes. O que são aqueles testemunhos, estilo “olá, eu sou o Adérito e já consigo andar de bicicleta”, “olá, eu sou o Simplício e já não entro em casa pela janela”!? Ainda dizem que conseguem fazer uma pessoa perder peso sem sacríficios. Levar com aqueles anúncios todos é, então, o quê? Se usassem aquilo em Guantánamo, não havia um que não confessasse tudo.
Lá dirão os publicitários, nas reuniões com os clientes, que o que é importante é que as pessoas falem. É uma máxima da publicidade, é verdade. Mas também do terrorismo.