António Costa diz que a austeridade está a matar o projecto político que é a Europa. Em parte, é verdade. A austeridade é uma pedra no sapato do projecto político que é a Europa. Acontece que há quem considere um mal necessário e quem defenda que não passa de um capricho.
Seja como for, a pergunta que deve ser feita a António Costa é outra. Então e economias com défices excessivos, dívida descontrolada e fraco crescimento, não estavam a matar o projecto político que é a Europa? É esta a pergunta que deve ser feita ao líder do PS, na certeza, porém, de que reconhecerá que isso também não lhe dava saúde nenhuma, mas certamente dirá que o caminho devia ter sido o da aposta no crescimento económico, que dito assim parece magia do Harry Potter, pois não se tratando de pozinhos, ainda não se percebeu como se processa o milagre do crescimento económico instantâneo, o tal que não nos salvou no eclodir da crise, obrigando até à apresentação de programas de estabilidade e mais tarde de um memorando que já eram monumentos à austeridade, com previsões de défice de 1 e 2% num par de anos.
Mas há sempre a hipótese de Costa ter descoberto uma nova poção. Qual é ela – ou pelo menos como é que parece – é o que todo o eleitorado deseja saber. Pois que a austeridade não é boa, isso já todo o mundo – literalmente – sabe.
