Houve um tempo em que o jobs for the boys era um slogan com alguma
nobreza e era usado por empresas norte-americanas para prometer emprego aos boys ou soldados, quando estes regressassem
da Grande Guerra. Hoje, a expressão perdeu qualquer conotação patriótica e
assumiu a sua conotação partidária, de cunha, de partidarização e de
colonização da coisa pública.
Faz agora 20
anos que António Guterres, acabado de ganhar as legislativas, anunciava a boa
nova: "Acabaram-se os jobs for the boys.” Mas não, não
acabaram. Dar um tacho a um militante dedicado continua ser o pão nosso de cada
dia. No ano passado, uma investigadora da Universidade de Aveiro analisou 11
mil nomeações para cargos públicos feitas durante dois governos do PS (Guterres
e Sócrates) e um governo do PSD-CDS (Durão Barroso/Santana Lopes). A conclusão,
sem surpresas, é que a maioria das nomeações serviu para recompensar lealdades
partidárias.