quarta-feira, março 11, 2015

Da longa série "tudo o que um PR não deve ser"

Nem cumprir, nem fazer cumprir a Constituição que não cumpriu nem fez cumprir, nem ser o Presidente de todos os portugueses que nunca foi, nem intervir quando preferiu fazer-se de morto. Dom Cavaco acaba de cavalgar sobre o Presidente da República que não foi para, na boa tradição monárquica, dizer que o seu sucessor deverá ter uma experiência pelo menos igual à sua no domínio da política externa. Lástima que a tradição republicana tenha abolido os cognomes. Dom Cavaco, o da fraca memória, esqueceu-se do que defendia em 1991 Dom Cavaco, PM especialista em assuntos internos: precisamente que o Presidente da República nãodeve intrometer-se em questões de política externa. Dom Cavaco, sempre em grande. Masafinal, em que ficamos? Dom Cavaco, o especialista em assuntos externos, leu a notícia do Ministro da Justiça holandês que acaba de demitir-se por ter mentido ao Parlamento. E Dom Cavaco, o especialista em assuntos internos, nada fez nas várias vezes que D. Maria Luís, a dos swaps, mentiu ao Parlamento e, na semana passada, para não fazer nada outra vez, reduziu a politiquice de campanha os calotes à Segurança Social de D. Pedro Piegas, o recordista dos cortes nas prestações sociais e do confisco de pensões de reforma. Ficamos angustiados com o ano de mandato que resta a Dom Cavaco, a nódoa que continua a exemplificar tudo o que um Presidente da República não deve ser. A característica principal do perfil do seu sucessor é ter a capacidade de reabilitar a figura institucional do Presidente da República que Dom Cavaco continua a enterrar na lama. Não vai ser mesmo nada fácil. Dom Cavaco, o cavaco,  passou dois mandatos a especializar-se em fazer do Palácio de Belém um lugar de má fama. Superou-se.

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