Há coisas que parecem iguais mas não são. Quem recebe a recibos verdes, por exemplo, 630 mil, têm muitos deles “dívidas” à segurança social que lhes retira às vezes metade do que recebem, e sabem que dessa entidade não receberão de volta nem segurança, nem uma mão social, uma rede de apoio. O PM tem dívidas que pode pagar. Os recibos verdes não têm dívidas, têm sido alvo de um saque. Abrem cartas da segurança social como se fossem armadilhadas. É um dos maiores escândalos fiscais deste país – porque a segurança social aparece-lhes como um imposto e não como uma contribuição social – , e, sobre isto, há silêncio. O impacto deste facto na própria sustentabilidade é imensa, mas o problema não está nos que não pagam, está nos que não podem pagar porque os salários são obscenos – 300, 400, 500 euros, 600, 700 euros e a fatia que vai para impostos e contribuições deixa estas pessoas na alternativa entre morrer de fome ou não pagar.
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