domingo, março 08, 2015

infracções contributivas, segundo Cavaco: a diferença entre ser grande e ser pequeno

Até os malfeitores conseguem ser solidários. Um tal Aníbal, Presidente da Quinta da Coelha, acaba de ter um gesto público de solidariedade com o seu colega de evasões contributivas Pedro. A solidariedade entre rufiões seria uma coisa bonita e comovente não tivessem os portugueses escolhido o Primeiro para Presidente da República e o segundo para Primeiro-ministro, mas assim aconteceu. E foi nessa qualidade que o tal Aníbal tentou convencer o povo que o escolheu por duas vezes para PR de que infracções contributivas cometidas por cidadãos comuns são isso mesmo, infracções contributivas punidas por lei, mas que infracções contributivas cometidas por um  Primeiro-ministro se resumem a mera querela político-partidária. Ainda não foi desta que a criatura teve o seu primeiro assomo de decência. Mas se a redução é imbecil ao extremo, a disputa político-partidária não tem nada de absurdo. Basta registar como no parceiro de memorando se esfregam tantas mãos de contentamento diante da possibilidade de chegar ao poder sem discutir a calamidade, recentemente elogiada pelo seu líder, causada por uma austeridade que continuará a destruir o país caso o PS ganhe as próximas eleições. Será muito mau para a nossa democracia se Pedro Passos Coelho resistir à sua série infindável de calotes ao Estado português, mas não será nada melhor para todos nós que o aldrabão que se segue consiga chegar ao poder montado nas aldrabices do aldrabão anterior. Foi assim que Passos Coelho roubou o poder a José Sócrates. Tem sido assim que a alternância se tem perpetuado. Oxalá não seja outra vez assim que a austeridade consiga arranjar maneira de continuar por aí a desmantelar o que lhe resta e a fazer milionários à custa da miséria que vai semeando.

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