sexta-feira, março 13, 2015

UM GÉNERO DE RODA

Mas não há profissionais menos competentes no sector público? Claro que haverá. Essa não é sequer a questão dos últimos anos.

A afirmação falaciosa elevava a gestão apenas por ser privada: fazia mais com menos e tinha o exclusivo da competência, da inovação e da ambição. Até me fui, e vou, beliscando quando mesmo entre as pessoas do público se assistia, e assiste, a uma qualquer ideia de "impossibilidade" quando se apontava, e aponta, algum exemplo de gestão democrática. Nesses casos, se se inclui a democracia na designação já é mau sinal.

Há, em Portugal é seguro, um desprezo pelos méritos, inigualáveis na história da humanidade, sublinhe-se, da democracia. Quando há uns poucos anos adivinhávamos a tragédia da desregulação da Educação na Suécia, éramos uns radicais ideológicos. Nesta altura, já são os próprios suecos que se "confessam decepcionados com a privatização da Educação".

A "desgraça" da bancocracia acentuou a falácia referida. Claro que existem bons profissionais em ambos os sectores, mas a Educação, pelo seu carácter de longo prazo e de produtos não mensuráveis no imediato, não é aconselhável aos modelos empresariais. Em Portugal têm falido várias universidades privadas a par dos escândalos de privatização de lucros no não superior em cooperativas que precarizaram professores e outros profissionais.

Como sempre se suspeitou, os privados faziam mais com menos se não se considerasse a privatização de lucros, o atropelo aos mais elementares direitos laborais e a observação de resultados democráticos de médio e longo prazos.