terça-feira, abril 14, 2015

As crianças não são propriedade das famílias

A ideia de que as vacinas, sobretudo a tríplice VSPR – contra a rubéola , o sarampo e a papeira –, causam autismo está espalhada pelo globo e começa a dar frutos: a criação de um problema de saúde individual e pública.

A Organização Mundial de Saúde desdobra-se em contacto para que os poderes políticos façam alguma coisa para o superar e há países que começam a reagir.

A Austrália foi um deles, avançando uma medida muito afirmativa: retirará subsídios a famílias que não aceitem vacinar os filhos. O primeiro-ministro, que, nesta matéria, tem o apoio da oposição, declarou “...as pessoas podem, se quiserem, não vacinar as suas crianças mas, se elas não forem vacinadas, excluindo questões religiosas e de cariz médico, não estarão qualificadas para receber os benefícios estatais correspondentes. Basicamente, o que isto quer dizer, é que sem vacina não há pagamento por parte do governo.”

Ora, esta medida não protege necessariamente todas as crianças.

Haverá famílias que, acreditando na dita ideia, preferirão não vacinar as suas crianças, mesmo perdendo os subsídios estatais. E haverá famílias de certas religiões que estão à partida excluídas da obrigatoriedade de vacinação. A punição económica e a compreensão religiosa que aqui estão em causa são direccionadas aos adultos, não são direccionadas às crianças.

Ou seja, tanto as crianças de umas como de outras famílias ficarão em risco. E isso não pode ser porque as crianças não são propriedade dos adultos; os adultos têm o dever de cuidar delas, se a família falha tem de ser o estado ou outra entidade credível. Mas alguém tem de velar directamente pela sua vida.

Isto devia ser elementar!


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