quarta-feira, maio 06, 2015

A "solidariedade" é...

Depois da licença que obtiveram em 2012 para colocar quatro camas onde antes apenas podiam deitar duas pessoas sem serem obrigados a cobrar menos pelo serviço prestado, a União das Misericórdias Portuguesas, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e a União das Mutualidades Portuguesas obtiveram agora do mesmo Governo licença para aumentarem o valor cobrado aos idosos que recorram aos lares da chamada “rede solidária”. A partir de hoje podem exigir-lhes uma percentagem maior da pensão de reforma que recebam e essa percentagem passa a incidir também sobre outros rendimentos, tais como rendas e dividendos. O Governo que confisca pensões de reforma diz que não pode aumentar o valor da comparticipação estatal por utente. Os “solidários” alegam que o utente de hoje é muito menos autónomo do que o utente de há 20 anos, o que faz aumentar custos com pessoal – que maioritariamente não aufere mais do que um salário mínimo de miséria que em termos reais se vem reduzindo ano após ano – e faz aumentar custos com infra-estruturas – que se reduziram mercê do acordo anterior. A “solidariedade” é um negócio mesmo bonito.

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