quinta-feira, maio 21, 2015

Crime organizado (continuação da continuação)

Como sabemos, quando um ladrão assalta uma casa e é apanhado, não lhe basta devolver o que roubou para seguir o curso da vida em liberdade. É julgado e a seguir vai para um lugar comummente chamado cadeia que serve para reabilitá-lo , para garantir à sociedade que não prosseguirá a sua actividade criminosa e para evitar que outros se convençam a seguir a mesma vocação. Vai muito bem, portanto. Já quando o crime é financeiro e os ladrões apanhados a meter a mão na massa se chamam JP Morgan, Citigroup, Barclays, Royal Bank of Scotland e UBS, nem mesmo quando o produto do roubo ascende a vários milhares de milhão , como voltou a acontecer, e nem mesmo havendo reincidência, e esta foi pelo menos a terceira vez que foram apanhados a roubar com "manipulações de mercado", há lugar a julgamento e muito menos se fala em prisão. O produto do roubo é calculado por estimativa, é-lhes aplicada uma multa nesse valor, multa essa impossível de utilizar para ressarcir todos os directamente lesados, que os indirectamente lesados e os danos colaterais nem sequer são calculados para não tornar a multa impagável. A seguir semeiam títulos nos jornais de todo o mundo a dizerem "maior multa de todos os tempos" ou qualquer coisa que convença quem leia que a Justiça funciona e que o Mercado é coisa séria. E é tudo. Ide em paz e os milhões vos acompanhem. A malta encontra-se por aí outra vez daqui a uns tempos. Beijos e abraços, obrigado por este bocadinho tão agradável.

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