quarta-feira, maio 06, 2015

HÁ MUITOS PROFESSORES QUE QUEREM MUDAR DE ESCOLA?

Os números confirmam que muitos professores, mesmo com mais de cinquenta anos, dos quadros (de agrupamento e de escola) do ensino não superior concorreram. Quem domina as razões é peremptório: estão saturados das escolas onde leccionam. Os números não são ainda mais elevados porque os quadros estão sem vagas com tantos cortes a eito.

Existe um preocupante, e reconhecido, sentimento de desesperança neste grupo profissional.

Depois de anos a fio sujeitos a uma avaliação do desempenho kafkiana, expostos a divisões brutalmente injustas na carreira, sobrecarregados com turmas com mais alunos, com mais serviço lectivo e não lectivo e com hiperburocracia analógica e digital, atirados para megagrupamentos regulamentados por um modelo de gestão escolar que favoreceu autênticos "assaltos ao poder" e que transportou a partidocracia local para dentro das escolas, é óbvio que as atmosferas relacionais se tenham dilacerado e que o sentimento de "uma qualquer fuga" se afirme como primeira prioridade. E importa sublinhar que os meios de comunicação social estão há uma dezena de anos a publicitar em primeira página a devassa da carreira dos professores para gáudio dos políticos mentores da desgraça.