domingo, maio 17, 2015

O EXAME DO MIÚDO CARREGA COM QUATRO, SENHORES!

Na parafernália de exames que os miúdos começam amanhã, cada um carrega quatro responsabilidades: a sua, a do seu professor, a da sua escola e a do seu país (e não tarda da sua UE se os europeus descerem para sul). Esta injustiça levanta, desde logo, uma certeza antiga: os instrumentos científicos podem ser válidos, mas dependem da cabeça que os utiliza ou do que fazemos com eles. Um primeiro passo civilizado para estes exames dos miúdos seria óbvio: eliminar a sua publicitação em pautas, quadros e rankings e dar a conhecer os resultados apenas ao respectivo encarregado de educação.

É até indecente como as autoridades escolares e políticas reivindicam os bons resultados e assobiam lateralmente quando assim não é. O somatório de entidades que os miúdos carregam para os exames devia ser esclarecido: há muito que se sabe que, em regra, os resultados escolares melhoram com a elevação das sociedade e das famílias e ao longo de gerações. O bom ensino, as boas escolas e os bons ministérios são, em regra, uma consequência disso. Quem especializa precocemente exclui mais e tem sempre piores resultados a prazo; também há muito que se conhece esta evidência, mas a eliminação da história tomou conta das inteligências.