quinta-feira, maio 14, 2015

O regresso da prevaricadora pública

Num país onde os rostos públicos tantas vezes não têm cara onde meter a vergonha, Maria de Lurdes Rodrigues reaparece palrando sobre políticas públicas. O país é o mesmo onde a TSF a considera um “Par da República”, juntamente com Proença de Carvalho, o que diz tudo sobre uma República cada vez mais mera república.
Pode ainda andar de recurso em recurso, mas a socióloga de engenharia das profissões foi condenada em tribunal a uma pena suspensa de prisão de três anos e meio e ainda a pagar ao Estado 30 mil euros, por ter contratado o irmão de um amigo, colega e camarada, para fazer o que nem fez nem tinha competência para fazer. Chegámos pois ao estado em que quem usou um cargo governamental para vigarizar o estado beneficiando um correlegionário pode andar por aí, como pretensa defensora da coisa pública. Volta Salgueiro Maia.
Nestas circunstâncias, compreende-se que quem fechou escolas possaescrever:
O encerramento de serviços públicos em regiões de fraca densidade populacional pode trazer ganhos na redução da despesa e na racionalização dos recursos públicos, mas coloca desafios críticos às políticas de coesão e desenvolvimento territorial, bem como à capacidade operacional da administração e à qualidade dos serviços prestados.
Tal como quem arrasou a escola pública, impondo um modelo de gestão pronto a municipalizar para posteriormente privatizar, e deu um criminoso exemplo com as Actividades de Enriquecimento Curricular que as autarquias depressa entregaram a empresas de vão de escada especializadas em recibos verdes, possa sair-se agora com esta:
A transferência de competências da administração central para as autarquias e as IPSS tem sido justificada pela exigência de maior eficiência na prestação dos serviços públicos de proximidade, mas coloca questões relacionadas com a distribuição de poderes, de responsabilidades e de recursos, bem como de igualdade de condições no acesso a estes serviços.
E como se não chegasse, quem acabou com o ensino recorrente de adultos, inventando oficinas de passagem administrativa de diplomas, ainda tem a lata de dizer isto:
As políticas ativas de emprego podem, no curto prazo, baixar a taxa de desemprego, mas revelam-se ineficazes se não forem acompanhadas de políticas de qualificação dos trabalhadores e de promoção da elevação do padrão tecnológico da economia.
Tudo isto publicado não no defunto Crime, mas num diário de referência. É um país sem memória, ou a memória futura do estado a que isto chegou.