sexta-feira, junho 19, 2015

Brincando aos números: nem a favor, nem contra, antes pelo contrário

Segundo uma sondagem hoje publicada, há 40% de portugueses que simpatizam com a solução austeritária que nos destruiu o país e nos deu cabo das vidas. É realmente fantástico. Quatro em cada dez de nós aplaude o desemprego que tem sido fomentado para fazer baixar os nossos salários, a pobreza que fez aumentar a casta de milionários do país, as empresas públicas vendidas ao desbarato que puseram o país nas mãos sujas de sangue dos novos donos estrangeiros disto tudo, o maior aumento de impostos de sempre que satisfaz os juros agiotas que temos que pagar pelos milhares de milhão que o Governo recebe emprestado para implementar esta agenda de reconfiguração social e transferência concentradora de riqueza.

Somente 43% de nós reprova o que os restantes 40% aplaudem, mas isto perguntado assim, se estão a favor ou contra a austeridade, porque se a pergunta for “qual é o partido que mereceria o seu voto se as eleições fossem hoje”, os três partidos do arco da austeridade somam 75% das intenções de voto, isto é, andarão para aí pelo menos 32% – =75%-43% – de eleitores convencidos que um desses três partidos, saberão eles qual, tem um programa diferente da austeridade contra a qual se manifestaram na resposta à outra pergunta.

Por outro lado, apenas 18% dos inquiridos manifestaram a intenção de dar a força do seu voto a uma das duas forças da esquerda de confiança que tem lutado contra a austeridade, isto é, menos 25% do que os 43% que se manifestaram contra a austeridade na pergunta feita sem partidos. A chave para as duas discrepâncias estará na abstenção: a sondagem diz-nos que apenas 56% dos inquiridos respondeu que exercerá o seu direito de voto.

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