sexta-feira, junho 19, 2015

Da longa série "cuidado com as comparações, ó Casimiro"

Tal como não há “mais” assassinos e “menos” assassinos, há assassinos, também não há mais corruptos e menos corruptos, há corruptos. E há regimes corruptos e regimes que combatem a corrupção. E regimes que sobrevivem sem combatê-la por haver tantos e tantas que se põem a defender os seus amados “menos” corruptos para se verem livres dos seus odiados “mais” corruptos, como se fosse obrigatório escolher uns ou os outros em vez de os recusar em simultâneo, sendo que recusá-los em simultâneo é o contrário de ficar à porta da loja de braços cruzados a mandar umas bocas e a ver como roubam o que é de todos. É assim que nascem os negócios como o dos derivados do plasma que o excelente trabalho de Alexandra Borges, que a TVI transmitiu nas últimas duas noites, soube retratar tão bem. Estamos lá todos, o prisioneiro 44, os candidatos a prisioneiro 45 e seguintes, a teia de clientelas partilhada por esta casta que nos diz que vivemos acima das nossas possibilidades e todos nós que, a bem ou a mal, lhes alimentamos a fortuna há décadas. Às vezes os corruptos combinam-se para enriquecer à nossa custa. O espectáculo da rivalidade com que nos presenteiam é só para nos dividir. Convém-lhes. Mais pormenores e vídeo aqui.

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