segunda-feira, junho 15, 2015

A REDE ESCOLAR E O EFEITO DOS DITOS PRIVADOS


Nos últimos anos, a imagem do público-privado escolar levou um sério e justo abanão que se deveu à coragem de uns quantos. Só que os resultados desses exercícios de cidadania são conjunturais.

Como nada de estrutural aconteceu, voltámos aos problemas mais mediatizados agravados pela variável demográfica no caso do primeiro ciclo e do pré-escolar e pela proliferação de cooperativas com cursos profissionais financiadas pelo Estado.

No caso dos professores, é possível resolver a grave componente crítica dos horários zero em cada concelho. Para isso, é necessário vontade política para que se incluam todos os financiados pelo Estado (escolas públicas e cooperativas de ensino) no mesmo patamar de transparência de partilha de recursos e de pessoas. Não podem existir dois níveis da rede escolar concelhia: um para as escolas públicas com divulgação antecipada do número de turmas e com horários zero e outro para os ditos privados com desconhecimento público do número de turmas e sem escrutínio público nas contratações de pessoas.

O que a plateia mais informada não compreende é a constante mudança de máscaras no palco. "Acusados" de ontem são aliados de hoje, grupos restritos usam os pequenos poderes em regime de atropelamento para protecção própria e podia estar aqui a tarde toda a caracterizar as coreografias. O que é avisado reconhecer, é que o regresso das tensões provocadas pelas injustiças acontece sempre em ambiente de crescente intolerância.

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