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sexta-feira, março 23, 2007

O Que Vale um Deputado?

Já sabíamos que a palavra de um Secretário de Estado vale pouco, apenas valendo alguma coisa em termos relativos se não contrariar o ego de ninguém mais importante. O caso da TLEBS provou claramente que a de Jorge Pedreira de pouco (nos) vale.
Quanto a este caso, já destacado por diversos colegas e não só, em que deputados do PS terão votado “contrariados” contra propostas de alteração do Estatuto da Carreira Docente provenientes da Oposição, apenas confirmamos o que já sabíamos: os deputados não são representantes da Nação, dos eleitores ou de si mesmos, são meros reflexos ocasionais das lideranças partidárias.
Não me interessa se está em causa a disciplina partidária ou não. Não me interessam as declarações de boas intenções, auto-desculpabilizantes, dos próprios que depois seguem a sua vidinha como se tudo estivesse bem. E não está bem, não está nada bem, mas acredito que muitos destes aparelhistas cordatos, com sobressaltos ocasionais mas mansos de verticalidade, foram inflamados críticos dess’outra maioria cavaquista que afirmavam autista.
Um homem (ou uma mulher) define-se pela coragem das posições que assumem e dos riscos que correm. Se na instituição fulcral da nossa Democracia é assim que as coisas se passam - e não é novidade, como bem sabemos - mais vale deixarmos de fingir que isto é para levar a sério. Aliás, os primeiros culpados são todos aqueles que, por opinião expressa ou voto, quiseram novamente uma maioria absoluta. Agora é tarde lamentarem-se e dizerem que foram “enganados”. Já não deveríamos ser assim tão ingénuos.
Não quero o Parlamento como uma espécie de Câmara Corporativa, representativa dos “interesses”, mas também acho que reduzi-lo ao prolongamento da vontade de uma maioria partidária é apenas demonstrar que a Democracia só interessa enquanto mecanismo legitimador de outra coisa. O que ao certo é essa “outra coisa” seria motivo para toda uma longuíssima dissertação, já feita várias vezes por alguns opinadores encartados (Pacheco Pereira, Pulido Valente, Sousa Tavares, mesmo o Paulo Portas na sua antepenúltima encarnação como “independente”) mas quase sempre pela metade que lhes interessa(va).
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