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quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Egipto: Movimentos sociais, a CIA e a Mossad

Por um lado, os movimentos sociais demonstraram a sua capacidade para mobilizar centenas de milhares, se não milhões, numa luta constante e com êxito que culminou no derrube do ditador de um modo que os partidos da oposição e personalidades anteriormente existentes foram incapazes ou relutantes em fazê-lo.

Por outro lado, na falta de qualquer liderança política nacional, os movimentos não foram capazes de tomar o poder político e realizar as suas exigências, permite ao alto comando militar de Mubarak tomar o poder e definir o processo "pós Mubarak", assegurando a continuidade da subordinação do Egipto aos EUA, a protecção da riqueza ilícita do clã Mubarak (US$70 mil milhões) e as numerosas corporações da elite militar assim como a protecção da classe superior. Os milhões mobilizados pelos movimentos sociais para derrubar a ditadura foram efectivamente excluídos pela nova junta militar pretensamente "revolucionária" da definição das instituições e políticas, muito menos a reformas sócio-económicas necessárias para atender às necessidades básicas da população (40% vive com menos de US$2 por dia, o desemprego entre a juventude vai a mais de 30%). O Egipto, como no caso dos movimentos sociais de estudantes e de populares contra a ditadura da Coreia do Sul, Formosa, Filipinas e Indonésia, demonstra que a falta de uma organização política nacional permite a personalidades e partidos da "oposição" neoliberal e conservadora substituírem o regime.

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