domingo, fevereiro 20, 2011

O que não se sabe sobre o Egipto

Este artigo critica a cobertura da chamada revolução egípcia por parte dos maiores meios de informação, que se centraram na mobilização de jovens – a maioria profissionais e licenciados universitários – e na sua utilização das novas tecnologias da comunicação, ignorando as mobilizações operárias em todo o território egípcio que foram aquelas que, na realidade, foram determinantes na demissão do ditador. O artigo detalha a natureza de tais mobilizações, que representam a maior ameaça à sobrevivência da ditadura egípcia, o que explica que uma das primeiras medidas tomadas pela Junta Militar tenha sido a proibição taxativa de greves e reuniões de trabalhadores sindicalistas.

A queda do ditador Mubarak como resultado da mobilização popular é um motivo de alegria para qualquer pessoa com sensibilidade democrática. Mas esta mesma sensibilidade democrática deveria consciencializar-nos de que a versão do ocorrido que apareceu nos meios de informação de maior difusão internacional (desde a Al Jazira ao The New York Times e à CNN) é incompleta ou enviesada, pois responde aos interesses que os financiam. Assim, a imagem geral promovida por aqueles meios é que tal evento se deve à mobilização dos jovens, predominantemente estudantes e profissionais das classes médias, que utilizaram com muito êxito as novas técnicas de comunicação (Facebook e Twitter, entre outros) para se organizar e liderar tal processo, iniciado, por certo, pela indignação popular contra a morte em prisão, como consequência das torturas sofridas, de um destes jovens.

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