terça-feira, abril 29, 2008

Rui Baptista versus Fenprof

Na sequência de post anterior, transcrevemos a resposta do nosso habitual colaborador Rui Baptista, que foi publicada no "Público" de 25/Abril/2008:

As minhas razões

Face ao esclarecimento da Fenprof, publicado hoje dia 22 de Abril, em resposta à minha carta “A máscara” de 17 de Abril, e pelo respeito que me merecem os professores e outros eventuais leitores das duas cartas, esclareço o seguinte:
1. Alerta o dr. António Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados: “Hoje há autocensura, pior do que a censura. Há medo instalado nas pessoas e falta de coragem para exercer a liberdade de expressão” ("Público", 21 de Abril).
2. “No uso da licença e da liberdade de quem não pede favor senão justiça”, como foi costume na vida do Padre António Vieira, começo por esclarecer que não estou, nem nunca estive, contra um novo escalão de vencimentos a contemplar com justiça os professores titulares com trabalho acrescido no desempenho do cargo.
3. Limitei-me a chamar a atenção para o facto de o documento emanado do ministério da Educação, no ponto 10, especificar que essa atribuição contempla “designadamente titulares de cargos políticos, autarcas e dirigentes de associações sindicais” (sic).
4. Esse facto levou-me a mostrar a minha estranheza pela aceitação da divisão da carreira docente em duas categorias – professor e professor titular - que parecia um ponto de honra da plataforma no pomo de discórdia com o Ministério da Educação.
5. Lamentei que os professores não titulares tivessem o acesso aos escalões superiores congelados com real prejuízo para as suas vidas. E, de entre eles, a acessão a professor titular cada vez mais dificultada.
6. Convém dizer-se que os princípios ora acordados entre a plataforma e o ministério não mereceram a aprovação de todos os professores.
7. A minha metáfora da plataforma se ter “ajoelhado aos pés da ministra” mais não quis significar que a cedência a princípios que poderiam parecer inalienáveis deste o princípio deste braço-de-ferro.
8. Discordar das posições da plataforma não é beliscar sequer o “bom nome dos sindicalistas”. Somente a minha divergência, desde o início, com o facto da plataforma, constituída por 14 sindicatos, agregar organizações que anteriormente defendiam pontos de vista diametralmente opostos.
9. O próprio Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, admitiu em Coimbra, numa sessão com a presença de meio milhar de professores, levada a efeito na noite de 21, “ter existido alguma ‘confusão’ sobre o acordo alcançado” (“Diário de Coimbra”, 22.Abril.2008).
10. Finalmente, até posso admitir que essa ‘confusão’ possa ter transparecido na carta. Nada mais.

Rui Baptista (Coimbra)
http://dererummundi.blogspot.com/

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