Falemos então da viagem à Venezuela, sem ser pelos cigarros que Sócrates fumou, apesar da imbecilidade que o Primeiro-ministro acaba de proferir em Caracas: «Sócrates critica o "calvinismo moral radical" de quem o atacou por fumar».
Enfim. Acho que já não é útil comentar a postura do Primeiro-ministro. Resta-nos esperar que perca as próximas eleições legislativas, mesmo que seja, como se espera, para um parecido com ele. Ao menos vamos mudando.
Mas, dizia eu, vamos falar da viagem à Venezuela sem ser pelos cigarros do «zangão». E para isso temos de pensar nas visitas oficiais que Cavaco e Sócrates já realizaram desde que tomaram posse. Temos de pensar, mas eu não vou pensar, porque só me ocorre a visita de Cavaco à Índia e agora esta de Sócrates à Venezuela. Mas sei que houve mais.
Seja como for, não é importante eu desconhecer as visitas oficiais que já foram realizadas por estes vendedores ambulantes, porque eu quero falar noutras visitas. Quero falar nas visitas oficiais de chefes de Estado e de Governo estrangeiros a Portugal. Quantas? Quantas comitivas vieram a Portugal em aviões fretados, com ou sem fumo, fazer negócio? Quantas? Zero! Ninguém cá vem fazer negócios. E temos de os compreender. Numa economia como a nossa, cheia de impostos e burocracia, só nos atrevemos nós e em parte é por patriotismo. O resto é fé.
Se calhar por isso viajamos tanto. Mas nem aí nos safamos. Podemos dar um exemplo: a visita oficial de Cavaco à Índia (como se eu soubesse de outra)… em que é que ficou essa visita? O professor Cavaco falou em seiscentos acordos celebrados. Mas onde andam esses negócios? Eu admito que não sei. Mas alguém que saiba… diga-me!
Nada, ninguém viu nada. Talvez uma daquelas empresas que de vez em quando inventam coisas do outro mundo, em aldeias onde ninguém sabia sequer que já havia água potável, tenha conseguido vender um contentor de trampa, mas o país não viu nada. Tantos negócios, tantas viagens e nada.
Negócios, zero. Nem nós que vamos lá, nem cá, que ninguém vem. As únicas visitas que temos são sempre de monarcas a cair da tripeça, que dão uns passeios pelo Alentejo e voltam para os seus aposentos. Comitivas como as nossas, cheias de fumadores bem intencionados: zero!
Assim sendo, acho mesmo que o mais relevante da viagem do Governo à Venezuela foi o cigarro do Primeiro-ministro. Foi a única coisa que lá foram fazer… fumar um cigarro. Cá não se pode, não é assim?
Nota: Atenção! Olhem que o Primeiro-ministro vai chegar a dizer que fez o negócio da vida dele e que agora somos os reis do petróleo. Mas é mentira... daqui a uns meses o preço dos combustíveis sobe outra vez. E ele vai dizer, nessa altura, que os combustíveis só subiram porque houve uma andorinha que foi contra um cabo de alta tensão e rebentou com a estação de Leiria. Mas continuará a ser mentira. É sempre mentira.
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