quarta-feira, outubro 22, 2008

Desigualdades, impostos e direitos laborais

No seu relatório “Crescimento e Desigualdades”, hoje divulgado, a OCDE afirma que o fosso entre ricos e pobres aumentou em todos os países membros nos últimos 20 anos, à excepção da Espanha, França e Irlanda, e o o risco de pobreza deslocou-se das pessoas idosas para as crianças e os jovens adultos, reflexo do novo paradigma de organização do trabalho, mais precário e pior pago. Um dado importante, na medida em que a mobilidade social é tanto mais díficil quanto mais acentuada for a desigualdade entre ricos e pobres.

No top dos países mais justos aparecem a Dinamarca e a Suécia, países com sistemas tributários fortemente progressivos e com legislações laborais que previligiam a segurança dos vínculos e o bem-estar dos trabalhadores e não os lucros das empresas. O contrário acontece nos países do top dos mais injustos, onde Portugal é o país da União Europeia melhor posicionado, aparecendo no terceiro lugar, a par com os Estados Unidos, logo a seguir à Turquia e México, o mais injusto.

Medida da orientação e do tipo de políticas que têm sido seguidas no mundo inteiro é o aumento da distância que separa os rendimentos dos mais ricos e dos mais pobres, verificado em três quartos dos 30 países da OCDE, e o aumento do número de pobres durante as duas últimas décadas. O fosso entre ricos e pobres aumentou no Canadá, Alemanha, Noruega, Estados Unidos, Itália e Finlândia, mas diminuiu no México, Grécia, Austrália e Reino Unido.
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