domingo, novembro 30, 2008

Abuso do poder

O Ministério da Educação recorre agora à ameaça, explícita, face-a-face, através dos seus directores regionais. Recorde-se que não foi pelo mérito profissional que estes dirigentes foram recrutados. Foram indicados ao Ministério pelas estruturas do partido. Portanto, em princípio, gente disciplinada e disposta a tudo. É a hora da verdade para o Primeiro-Ministro que conta com o medo como poderosa arma de divisão.

O filósofo José Gil discute esta faceta da cultura portuguesa no livro “Portugal, Hoje – O Medo de Existir” (capítulo: “De que é que se tem medo ?”). Mais recentemente, conclui assim um artigo na Visão (2.Outubro.2008):“No processo de domesticação da sociedade, a teimosia do primeiro-ministro e da sua ministra da Educação representam muito mais do que simples traços psicológicos. São técnicas terríveis de dominação, de castração e de esmagamento, e de fabricação de subjectividades obedientes. Conviria chamar a este mecanismo tão eficaz, “a desactivação da acção”. É a não-inscrição elevada ao estatuto sofisticado de uma técnica política, à maneira de certos processos psicóticos.”
http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2008/11/abuso-do-poder.html

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