A Lactogal, a maior empresa de lacticínios da Península Ibérica, que funciona numa lógica de cooperativa e que, juntamente com a Agros, controla mais de 80 por cento do mercado da produção do leite em Portugal, paga ordenados milionários aos seus quadros superiores. Os administradores ganham entre 410 e 900 mil euros por ano. Os produtores de leite, os últimos da cadeia, vão receber, a partir de quarta-feira, menos quatro cêntimos por litro. A Lactogal pagava-lhes, em média, 30 cêntimos, desceu para 26, depois de invocar um decréscimo na procura e dificuldades no escoamento do leite.
Nos supermercados, o preço continua a subir. No ano passado o aumento foi de cerca de dez por cento. Mas a crise parece passar ao lado de quem gere o maior grupo produtor de lacticínios.
ORDENADOS MILIONÁRIOS
A Lactogal tem nove administradores com salários astronómicos. Por mês recebem entre 29 a 61 mil euros (o declarado em sede de IRS, a dividir por 14 meses), que são pagos por várias empresas ligadas à cooperativa.
No topo da lista está o comendador Casimiro Almeida. O ex-agricultor, que hoje é número um da Lactogal, declara agora mais de 850 mil euros de rendimentos daquela empresa e 60 mil por ser, ao mesmo tempo, administrador da Proleite.
Segue-se Fernando Mendonça, o patrão da Agros. Neste caso, a Lactogal paga-lhe quase metade, 413 mil euros por ano, mas acrescem 89 mil da PSN Norte, 60 mil da Agros SGPS e 47 mil da Agros. Feitas as contas, são 610 mil euros por ano, ou seja, 43 mil euros por mês.
Os valores não diferem em muito dos pagos aos restantes administradores. Simão Daniel Alves ganha 416 mil euros/ano pela Lactogal, 60 mil pela Agros SGPS e ainda mais 64 mil por duas sociedades participadas. Nos 550 mil euros/ano está Alberto Cardoso. Seguem-se Manuel Gomes e Honorato Ribeiro com vencimentos por ano de 413 mil. Pouco menos recebem Óscar Brandão, José Passinhas e Joaquim Cardoso. O CM não conseguiu, nesses casos, confirmar os montantes exactos.
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