Domingos Névoa, administrador da Bragaparques, condenado por tentar corromper o vereador Sá Fernandes, foi nomeado presidente da empresa intermunicipal "Braval". A Braval é a empresa de tratamento de resíduos sólidos do Baixo Cávado, que engloba os municípios de Braga, Póvoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde, Terras do Bouro e Vieira do Minho.
Para director-geral da Braval foi nomeado Pedro Machado, genro de Mesquita Machado, presidente da Câmara Municipal de Braga e dirigente do PS.O Bloco de Braga tomou já posição, apelando à destituição de Névoa.
Na passada Sexta feira, a Assembleia Geral da Braval elegeu o presidente da empresa e o director-geral. A Assembleia Geral é composta pela empresa Agere, que detém larga maioria da empresa, e pelos municípios de Amares, Póvoa de Lanhoso, Terras do Bouro, Vila Verde e Vieira do Minho. A empresa Agere foi criada em 1999 pela transformação dos serviços municipalizados de água e saneamento do município de Braga em empresa pública municipal. Em 2005, a Câmara Municipal de Braga privatizou 49% da Agere, que foram vendidos a um consórcio de empresas formado por ABB, DST e Bragaparques (Geswater, SGPS).
Domingos Névoa tornou-se publicamente conhecido pela sua tentativa de corromper o vereador Sá Fernandes. Em 25 de Fevereiro passado, o Tribunal da Boa Hora deu como comprovado o crime de tenativa de corrupção activa, mas condenou-o apenas em 5.000 euros (ver notícia no esquerda.net: Bragaparques: Névoa condenado por corrupção a multa de 5.000 euros).
O Conselho de Administração da Braval será presidido por Domingos Névoa (administrador da Bragaparques e accionista da Agere), pela ex-vereadora PS da Póvoa, Rita Araújo (indicada por Braga), e pelo social-democrata Luís Amado Costa (indicado pela Câmara da Póvoa de Lanhoso), segundo noticia o jornal Correio do Minho.
Pedro Machado era anteriormente administrador delegado da Braval, indicado pela Câmara Municipal de Braga, presidida pelo dirigente socialista Mesquita Machado. Recentemente demitiu-se de administrador delegado, passou a fazer parte do quadro da empresa e agora foi nomeado director geral, cargo criado pela assembleia geral da Braval que o nomeou.
Pedro Machado é casado com Cláudia Machado, filha do presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado.
Entretanto, o Bloco de Esquerda de Braga responsabilizou "particularmente Mesquita Machado por fazer representar a Câmara Municipal de Braga (através da AGERE, onde detém participação maioritária) por um condenado em matéria directamente ligada com o poder local". O comunicado do Bloco de Braga (disponível em braga.bloco.org) termina afirmando: "A Braval cheira mal e precisa de ser limpa, começando pela destituição do corruptor Domingos Névoa do cargo para que foi eleito. Em nome da transparência e da democracia."
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