A maioria das pessoas não sabe que uma professora primária já faz uma grande parte do trabalho dos chamados “empregados auxiliares”, vulgarmente conhecidos por “contínuos” das escolas. Em vez de se concentrarem nas aulas que dão e se preocuparem com a formação dos seus alunos, uma professora primária é, cada vez mais, “pau para toda a colher” na organização da escola. Por este andar e se este processo de degradação da condição de docente continua, um dia destes as professoras primárias vão passar a limpar as latrinas das escolas.
Contudo, muita gente sabe que esta política de degradação da condição da docência é propositada e provocada por este governo socialista. Atiram-se as culpas para cima dos professores em relação a toda a um série de erros nas políticas educativas desde o 25 de Abril de 1974, isto é, perante o falhanço total das políticas educativas de Esquerda, os socialistas arranjam um bode expiatório na classe dos professores.
Processo de facilitismo curricular
O processo esquerdista em relação ao ensino tem vindo num crescendo em direcção ao absurdo. As crianças não aprendem na escola? No problemo! Criaram-se conteúdos curriculares incipientes em nome do “Eduquês” politicamente correcto. Em vez de tentarem saber as razões sociais que estariam na origem do insucesso escolar, criando uma estrutura de assistência social às famílias com maiores problemas, a Esquerda ― e aqui incluo uma facção do PSD nessa Esquerda ― enveredou pelo facilitismo ao aligeirar os conteúdos programáticos do ensino; aquilo que se aprendia na Quarta Classe no tempo de Salazar passou a ser ensinado dois anos mais tarde. O 7º Ano dos Liceus do meu tempo era muito mais completo e exigente do que o actual 12º Ano.
E de quem é a culpa? Dos professores, claro está!
Eliminação do Ensino Técnico do tempo de Salazar
Para a Esquerda, tudo o que vinha do tempo de Salazar foi demonizado, e o ensino técnico foi suprimido por alegadamente favorecer o elitismo do ensino liceal. O liceu e a escola técnica foram eliminados e passou a ser tudo “igual”: surgiu a “escola secundária” igual para todos. Não passou pela cabeça dos cretinos de Esquerda que a massificação do ensino poderia passar pelo aproveitamento de algumas estruturas herdadas do antigo regime, como é exemplo a Escola Técnica, desde que sujeitas a reformas metodológicas. Não! Eliminou-se tudo, numa política de terra queimada. Partiu-se do princípio de que a inteligência, quando nasce, é para todos. O resultado está à vista.
E de quem é a culpa? Dos professores, pois claro!
Eliminação dos Exames
A Esquerda cretina via nos exames um modo de criação de elites (Cruzes! Canhoto!), e por isso, acabaram com os exames da quarta-classe, do antigo 2º , 5º e 7º ano dos liceus. Os exames foram demonizados e criou-se um espírito de permissividade nas passagens de ano. Quando os alunos chegam à universidade é que se constata a desgraça do ensino, porque aqueles alunos que saem a meio do percurso vão alimentar as estatísticas do sucesso escolar da Esquerda e o analfabetismo funcional institucionalizado.
E de quem é a culpa? Dos professores, evidente!
Processo de degradação da condição de docência
Se os professores são hoje agredidos pelos pais dos alunos (e pelos próprios alunos) sem grandes consequências criminais e até com alguma protecção do sistema político, isso deve-se a uma política sistemática da degradação do respeito público em relação à actividade docente. O combustível moral (o padre, o professor e o juiz) que existia há 30 anos foi eliminado pela Esquerda que não foi capaz de criar outro combustível moral para substituir o anterior. Em resultado disso, a actividade docente passou a ser de alto risco e o professor passou a ser desrespeitado pelas famílias dos alunos.
E de quem é a culpa? Dos professores, que não se dão ao respeito!
A Esquerda acabou com a Escola Normal
A Escola Normal era uma garantia na qualidade do ensino primário. A Esquerda acabou com a Escola Normal e atirou a formação dos professores para institutos privados onde a lógica do dinheiro impera. A Escola Superior de Educação só surgiu recentemente, quando o esquerdalho se deu conta da borrada que tinha feito.
E de quem é a culpa? Dos professores que não gostam de ser avaliados!
A irresponsabilidade política da Esquerda
A Esquerda fez borradas atrás de borradas durante 30 anos a fio, e a culpa do insucesso escolar é atribuída, por essa Esquerda socialista, exclusivamente a quem foi um pau-mandado das políticas do esquerdalho. A avaliação da docência passou a ser o cavalo-de-batalha, como poderia ser outra coisa qualquer: tinham que arranjar um mau-da-fita.
De resto, é de uma estupidez infinita e de uma ignorância sem nome, utilizar o mesmo princípio metodológico na avaliação de um manga-de-alpaca que trabalha numa qualquer repartição pública, para avaliar profissionais que lidam com seres humanos em formação. Naturalmente que a massa bruta alimentada pelo esquerdalho não vê isto, e até os me®dia comprados pelo sistema político corrobora a estupidez institucionalizada.
Quando a Esquerda se cola à luta dos professores assume uma posição que os brasileiros chamam de “cara-de-pau” sem vergonha. A luta dos professores é exactamente contra uma política irresponsável de Esquerda na área da Educação que dura há mais de 30 anos.
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