Imagine-se um muçulmano a publicar um livro de receitas com pratos à base de carne de porco e com uma adenda sobre os vinhos recomendados para cada prato e o digestivo adequado a finalizar a refeição;
Imagine-se um invisual a dar instrução aos candidatos a condutores de automóveis;
Imagine-se um surdo profundo a dirigir a orquestra da Gulbenkian ou um mudo a fazer o discurso de abertura de um comício;
Imagine-se um coxo a correr a maratona ou um analfabeto a dar aulas de português.
Podíamos passar horas a imaginar absurdos e a formular paradoxos. Poderá dizer-se que o Vaticano fez de monsenhor Escrivá santo e do cardeal Ratzinger Papa, mas não é a mesma coisa. O direito canónico não impede a santidade de um fascista nem recusa a tiara a um inquisidor.
O que surpreende é que um clérigo a quem o múnus impede a interrupção do celibato se torne num adversário do divórcio, um indivíduo condenado à castidade se torne num orientador da sexualidade e um sujeito do sexo masculino, celibatário e casto, se assuma como perito das doenças sexualmente transmissíveis e se queira substituir aos peritos da medicina reprodutiva.
É este papel pouco convincente e algo ridículo que os padres insistem em representar.
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