segunda-feira, julho 13, 2009

Os fracassos na política externa de Obama: Diplomacia, militarismo e imagem

Os maiores êxitos de política externa do Presidente Obama encontram-se publicados em todos os mass media. Os seus maiores fracassos, que não são relatados, têm tido grandes consequências. Um estudo sobre as maiores prioridades da política externa da Casa Branca revela uma série contínua de reveses, que põe em questão os principais objectivos e métodos seguidos pelo regime de Obama.

Estas prioridades foram, por ordem de importância:

1) A tentativa de Washington de conseguir um programa de estímulo económico conjunto para as 20 maiores economias na reunião do G-20 em Abril de 2009;

2) A tentativa de um maior empenhamento militar da NATO, com o aumento de tropas nas zonas de conflito do Afeganistão e Paquistão, complementando o aumento de 21 mil militares estado-unidenses (Financial Times, 12/Abril, p. 7);

3) Planos para formar relações políticas e diplomáticas mais fortes com os países das Américas com uma agenda comum que incluirá a exclusão continuada de Cuba e o isolamento da Venezuela, Bolívia e Equador (La Jornada, 20/Abril);

4) Enfraquecer, isolar e pressionar o Irão através de uma mistura de gestos diplomáticos e sanções económicas crescentes, a abdicar do seu programa de energia nuclear (Financial Times, 16/17 de 16-17/Abril/2009 p. 7);

5) Aplicação de pressão sobre a Coreia do Norte para suspender os seus programas de testes de satélites e de mísseis, além de exigir o desmantelamento do seu programa de armas nucleares. (Financial Times, 13/Abril/2009, p.4);

6) Conseguir um acordo entre Israel e a Autoridade Palestiniana para a "Solução de dois Estados", no qual Israel concorde com o fim e desmantelamento dos seus colonatos ilegais em troca do reconhecimento de Israel como um "Estado Judeu" (Financial Times, 13/Abril/2009, p.5);

7) Pressionar o governo do Paquistão a aumentar o seu papel militar no ataque às províncias autónomas do Noroeste e territórios na fronteira paquistanesa/afegã, em apoio à guerra dos EUA contra os movimentos de resistência islâmicos, especialmente entre o povo pashtun (mais de 40 milhões), tanto no Afeganistão como no Paquistão (FT, 23/Abril/2009, p.3);

8) Assegurar um regime pró-EUA seguro no Iraque, capaz de se manter no poder após a retirada da maioria das tropas de ocupação americanas (FT, 8/Abril/2009).

O que é impressionante nos objectivos de Obama é a clara continuidade com a administração de GW Bush, mesmo que os mass media proclamem "mudanças significativas" (American Conservative, 14/Abril/2009).

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