Para anunciar um aumento das margens de lucro do seu sector, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos teve a distinta lata de pedir cortes na despesa pública e aumento de impostos, quando a banca continua a ser taxada em IRC a cerca de metade da restante economia. E não estava a pôr-se a jeito para que o Governo acabe com esta aberração fiscal que, caso acontecesse, teria um peso enorme no equilíbrio das contas públicas. Não. A banca sente-se com direitos adquiridos. De pagar menos impostos, de praticar os preços que lhes dê na real gana, de gerir o risco dos seus activos ao sabor da ganância e não dar um cêntimo sequer quando a coisa corre mal, apesar de terem sido os maiores beneficiados com os milhares de milhões gastos com a minimização do baptizado “risco sistémico” em que resultou a delinquência banqueira da última década. O preço a pagar, incluindo o das disponibilidades de liquidez, mais caras também pelo efeito BPN, que fique para quem já está habituado a ser espremido. Eles,coitadinhos, são obrigados a aumentar os spreads.
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