Como justificar que está à procura do primeiro emprego aos 25 anos sem revelar que é licenciado
O desemprego entre licenciados subiu 22,5% no último ano, enquanto o desemprego entre a população com o ensino secundário baixou 3,9%. O Inimigo deixa-lhe algumas estratégias para justificar os anos que esteve na faculdade, numa entrevista de emprego.
1. Eu estive na faculdade, mas não estudei nada. Fazia parte da tuna e apenas fiz a cadeira de Inglês I. Depois houve uma reformulação do curso e Inglês I deixou de fazer parte da minha licenciatura. Nessa altura tive que dizer aos meus pais que afinal não estava quase a tornar-me engenheiro de minas. Isso foi ontem.
2. Dos 18 aos 23 anos estive agarrado ao cavalo. Vivia numa tenda no Intendente e cravava trocos na 24 de Julho. Uma vez tentei estacionar um daqueles eléctricos grandes.
3. Estive preso preventivamente pela prática de promoção de aborto clandestino. Dediquei-me essencialmente ao culturismo.
4. Recebi uma herança e passei cinco anos sem trabalhar. Durante o dia dormia e à noite ia para os copos. Depois voltava ao principio.
5. Tive uma grande paixão pelo circo e percorri o país todo em rotundas. No Natal é que era.
6. Fui raptado pela CIA e levado para uma prisão no Norte de África, onde fui interrogado por métodos desumanos. Mas nunca disse nada. Sexta-feira libertaram-me numa estrada de terra batida na transilvânia, mandei o meu currículo e aqui estou.
Carta de motivação
O meu interesse na industria dos (pôr aqui o nome do sector) pode-se resumir numa palavra: recibos verdes. Pessoalmente não gosto de actividades de lazer e procuro um sentido para a vida numa empresa à qual me dedicar, nomeadamente através da luta armada. Laboralmente falando eu vejo-me como uma gueixa, existo para servir a organização em que estou inserido. A nível de remuneração o que mais valorizo são palavras de apreço e incentivo e ocasionalmente uma palmada no rabo. Defino-me como uma pessoa humilde que não anda por aí armada aos cucos a dizer “ah, eu é que sei, isto é assim, há que cumprir a lei, não sei quê”.
Modelo de CV para garantir a empregabilidade
Habilitassões: ao nível do 10º primeiro ano, incompleto
Línguas: Português, Espanhol, Brasileiro
Qualificações: Curso Avançado de Astrologia do Centro Andrómeda, licença de condução de velocípedes.
Competências: utilização de agrafador e fitacola, atendimento de telefones de várias redes, recebimento de faxes, idas ao banco e prática de fotocopiadora
Experiência profissional (por ordem crunológica inverça):
Dispensador Semafórico de Imprensa Gratuita – 2006 a 2007
Pai Natal – Natais 2006 e 2007
Agente de marketing directo ao transeunte (Rua Augusta) – 2004 a 2005
Técnico de embrulho – Natais 2003, 2004 e 2005
Coelho – Páscoa 2003.
Piloto gastronómico (Telepizza) – 2002
Prémios e distinções:
Melhor desenho do dia da árvore (dia da árvore, 1989)
Cores preferidas: azul e castanho.
Outros: Redacção de SMS com ambos os dois polegares
Obies: ver televisão e ver cinema e ver filmes.
(texto do baú do Inimigo Público, ainda numa lógica pré bolonhesa)
O desemprego entre licenciados subiu 22,5% no último ano, enquanto o desemprego entre a população com o ensino secundário baixou 3,9%. O Inimigo deixa-lhe algumas estratégias para justificar os anos que esteve na faculdade, numa entrevista de emprego.
1. Eu estive na faculdade, mas não estudei nada. Fazia parte da tuna e apenas fiz a cadeira de Inglês I. Depois houve uma reformulação do curso e Inglês I deixou de fazer parte da minha licenciatura. Nessa altura tive que dizer aos meus pais que afinal não estava quase a tornar-me engenheiro de minas. Isso foi ontem.
2. Dos 18 aos 23 anos estive agarrado ao cavalo. Vivia numa tenda no Intendente e cravava trocos na 24 de Julho. Uma vez tentei estacionar um daqueles eléctricos grandes.
3. Estive preso preventivamente pela prática de promoção de aborto clandestino. Dediquei-me essencialmente ao culturismo.
4. Recebi uma herança e passei cinco anos sem trabalhar. Durante o dia dormia e à noite ia para os copos. Depois voltava ao principio.
5. Tive uma grande paixão pelo circo e percorri o país todo em rotundas. No Natal é que era.
6. Fui raptado pela CIA e levado para uma prisão no Norte de África, onde fui interrogado por métodos desumanos. Mas nunca disse nada. Sexta-feira libertaram-me numa estrada de terra batida na transilvânia, mandei o meu currículo e aqui estou.
Carta de motivação
O meu interesse na industria dos (pôr aqui o nome do sector) pode-se resumir numa palavra: recibos verdes. Pessoalmente não gosto de actividades de lazer e procuro um sentido para a vida numa empresa à qual me dedicar, nomeadamente através da luta armada. Laboralmente falando eu vejo-me como uma gueixa, existo para servir a organização em que estou inserido. A nível de remuneração o que mais valorizo são palavras de apreço e incentivo e ocasionalmente uma palmada no rabo. Defino-me como uma pessoa humilde que não anda por aí armada aos cucos a dizer “ah, eu é que sei, isto é assim, há que cumprir a lei, não sei quê”.
Modelo de CV para garantir a empregabilidade
Habilitassões: ao nível do 10º primeiro ano, incompleto
Línguas: Português, Espanhol, Brasileiro
Qualificações: Curso Avançado de Astrologia do Centro Andrómeda, licença de condução de velocípedes.
Competências: utilização de agrafador e fitacola, atendimento de telefones de várias redes, recebimento de faxes, idas ao banco e prática de fotocopiadora
Experiência profissional (por ordem crunológica inverça):
Dispensador Semafórico de Imprensa Gratuita – 2006 a 2007
Pai Natal – Natais 2006 e 2007
Agente de marketing directo ao transeunte (Rua Augusta) – 2004 a 2005
Técnico de embrulho – Natais 2003, 2004 e 2005
Coelho – Páscoa 2003.
Piloto gastronómico (Telepizza) – 2002
Prémios e distinções:
Melhor desenho do dia da árvore (dia da árvore, 1989)
Cores preferidas: azul e castanho.
Outros: Redacção de SMS com ambos os dois polegares
Obies: ver televisão e ver cinema e ver filmes.
(texto do baú do Inimigo Público, ainda numa lógica pré bolonhesa)
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