Já ninguém duvida a partir de agora: são os pobres que vão pagar a conta vertiginosa da crise financeira. Conta tanto mais salgada pelo facto de a dita crise estar longe de terminada. Os ricos, os verdadeiros, estão desde já abrigados graças ao oportuno salvamento dos bancos que gerem os seus haveres sumarentos. O teatro europeu da crise é particularmente edificante sob todos os aspectos. Se bem que a crise do euro não seja senão o prolongamento da crise mais ampla das finanças mundializadas, ela revela-nos que a solidariedade das nações e dos povos europeus com que nos enchem as orelhas há cinquenta anos não era desde há muito senão uma palavra. Não é a Grécia que ameaça o euro para o euro fez a Grécia cair tão baixo que talvez não se recupere. Já é tempo de declarar algumas verdades, de convencermo-nos definitivamente que os economistas de conivência e os dirigentes políticos optaram piedosamente pelo campo dos bem-nascidos e dos bandidos.
Sem comentários:
Enviar um comentário