quarta-feira, setembro 29, 2010

Bélgica - No Border: Manifestação no centro de detenção 127 bis













[Manifestação que marca o início das atividades de rua do No Border Camp (Acampamento Sem Fronteiras) em Bruxelas é reprimida pela polícia.]

Semira Adamu (1978 - 1998) era uma refugiada nigeriana de 20 anos de idade que foi sufocado até a morte com um travesseiro por dois policiais belgas, que tentaram "acalmá-la" durante sua expulsão da Bélgica. Ela fugiu da Nigéria por causa de um casamento forçado. [https: / / secure.wikimedia.org / wikipedia / pt / wiki / Semira_Adamu]

Desde então, a cada ano acontece uma manifestação em sua memória. O evento deste ano devia começar hoje (26 de setembro), às 14h, nas proximidades da estação de trem de Nossegem.

Mas a polícia decidiu que seria diferente. As pessoas que saiam do trem foram paradas, filmadas e identificadas. A estação de trem também foi o ponto de encontro para os ativistas que vinham de bicicletas e carros. Eles foram submetidos ao mesmo tratamento.

Um exemplo da paranóia, a polícia considera que mesmo um pequeno pedaço de papel encontrado em um carro com alguns nomes estrangeiros nele como prova de que os ativistas eram na realidade traficantes de seres humanos.

No final, a manifestação pôde ser iniciada e chegou rapidamente ao centro de detenção. O ato esteve um pouco esvaziado, contudo alguns imigrantes ainda seguiam lá nas janelas e estavam tentando fazer contato com os ativistas do lado de fora.

Como esperado, as autoridades demonstraram a sua força com helicópteros, cavalos, canhões de água e robocops. Tudo isso contra cerca de 100 manifestantes. A menor tentativa de executar uma ação, mesmo que simbólica, como sentar-se na entrada principal do centro de detenção, imediatamente levou à prisão de 11 ativistas.

Houve um confronto durante algum tempo até que a polícia decidiu empurrar com a polícia montada os manifestantes para a estação de trem. Apesar do pequeno número de pessoas na manifestação elas não se deixaram intimidar e as correntes humanas se formaram na frente e atrás da manifestação.

A situação era muito tensa, e estava claro que a polícia tinha fome para alguma justificação para usar a sua exagerada, e muito cara, tecnologia e mão de obra. Mas não foi a única justificativa que eles precisavam, duas pessoas foram agredidas fortemente sem nenhuma razão aparente. Uma mulher foi parar no hospital depois de ter sido chutada na cabeça. Um fotógrafo foi "castigado" por tirar uma foto de um policial que tinha alguns hematomas no rosto. Mas o hematoma não impediu que o policial dirigisse uma operação de arranque. Arrastaram o fotógrafo para trás de um bloco de concreto e socá-lo duramente.

A manifestação chegou à estação de trem de Nossegem, onde a maioria dos manifestantes detidos foram liberados. Os ativistas subiram no trem "acompanhados" pela polícia. As estações ferroviárias de Schaarbeek em Bruxelas Norte foram ocupadas pelas forças policiais para garantir que o trem estava indo "sem proteção".

Esta noite todo o pessoal regressou com segurança para o acampamento, pelo que sabemos. O acampamento começa oficialmente nesta segunda-feira (27 de setembro), tornando-se difícil dizer se a resposta da polícia durante e depois da ação é o que se pode esperar para o resto da semana. O que ficou claro é que a determinação dos ativistas na frente de uma reação exagerada da polícia seguem intactas!

No Border Camp

O No Border Camp acontece em Bruxelas de 25 de setembro a 3 de outubro de 2010 com diversas atividades. O acampamento é um lugar de encontro e de luta para todas as pessoas e movimentos que lutam contra as fronteiras e para a liberdade de movimento.

A União Européia fecha as portas aos imigrantes há mais de 10 anos: a Europa Fortaleza é uma realidade, ela reforça a repressão contra os imigrantes na Bélgica e dentro de outros estados membros. Esses países mantêm os imigrantes na ilegalidade, organizam arengas, prendem os sem-papeis (sem documentos) e os expulsam.

O No Border Camp visa levar a cabo diversas ações contra as políticas anti-imigratórias, trabalhando simultaneamente numa estratégia a longo prazo.

Agenda

25 de setembro a 3 de outubro: No Border Camp (Acampamento Sem Fronteiras).

26 de setembro: Manifestação no centro de detenção 127 bis.

29 de setembro: Bloco Crítica/Anticapitalistas no ETUC/CES.

30 de setembro: Festa de Rua, ações diretas contra o ECOFIN, os lobbies, os bancos e agências de detenção.

1 de outubro: Manifestação anarquista contra todos os Estados e as prisões.

2 de outubro: Manifestação Sem Fronteiras.

Mais infos e atualizações, ver os sites:

› http://www.noborderbxl.eu.org

› http://bxl.indymedia.org/

› http://no-racism.net/

agência de notícias anarquistas-ana

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