domingo, janeiro 30, 2011

Um povo desafia o seu ditador

Manifestantes egípcios enfrentam canhões de água e gás lacrimogéneo durante as batalhas generalizadas travadas no Cairo.

Pode ser o fim. É certamente o começo do fim. Por todo o Egipto, dezenas de milhares de árabes enfrentaram ontem gás lacrimogéneo, ganhos de água, granadas atordoantes e fogo real para exigir a remoção de Hosni Mubarak após mais de 30 anos de ditadura.

E quando o Cairo jaz ensopada sob nuvens de gás lacrimogéneo de milhares de latas disparadas sobre multidões densas pela polícia de choque, parece que o seu domínio se aproxima do fim. Ontem nenhum de nós nas ruas do Cairo sabia onde estava Mubarak – que mais tarde apareceria na televisão para demitir o seu gabinete. E descobri que ninguém se importava.

Eles foram corajosos, em grande medida pacíficos, estas dezenas de milhares, mas o comportamento chocante dos polícias à paisana de Mubarak – os battagi, a palavra significa literalmente "bandidos" em árabe – que batiam, golpeavam e assaltavam manifestantes enquanto os polícias observavam e nada faziam, foi uma desgraça. Estes homens, muitos deles ex-polícias viciados em droga, na noite passada foram a linha de frente do estado egípcio. Os verdadeiros representantes de Hosni Mubarak quando polícias uniformizados despejavam gás sobre as multidões.

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