Via Assunção Esteves, Pedro Passos Coelho pediu uma clarificação técnica ao Tribunal Constitucional relativamente ao acórdão que na semana passada o confrontou novamente com a existência de uma Lei fundamental que lhe delimita os poderes. Que parte é que não terá percebido? É mais fácil responder com a parte que percebeu: percebeu a falta de firmeza de um Tribunal Constitucional que, para além de ter voltado a não ter coragem suficiente para impedir novo confisco de salários à revelia da Constituição, ainda se armou no Ali Babá que ensina aos ladrõezecos “vocês façam assim e assim que nós depois damos um jeitinho”. Mesmo a calhar. O TC arma-se em pato, o Pedro arma-se em bravo. Consulta o “Manual do pantomineiro para principiantes” e lê: “agora dizes que é o Tribunal Constitucional que te obriga a aumentar os impostos que até agora não tinhas aumentado porque a reacção de autênticos mortos dos funcionários públicos aos últimos cortes salariais indicaram ao teu espírito de abutre que podias continuar a comê-los. Come-os à mesma, aumenta impostos e depois diz que foram os patos que te obrigaram a ser bravo, tu até nem vias necessidade nenhuma em pôr toda a gente a pagar porque havia quem pagasse por todos. Não te preocupes com a múmia de Belém, vai continuar sem tugir nem mugir.”
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