segunda-feira, dezembro 29, 2014

HERANÇAS, PRECONCEITOS E IDEOLOGIAS

Os 48 anos da ditadura do século passado consolidaram uma sociedade amedrontada, desconfiada do exercício da cidadania, temerosa do contraditório, alojada na corrupção, desrespeitadora do Estado e do bem comum e que não considerou a organização um valor precioso. É evidente que para esse estado também contribuíram outros factores históricos.

A jovem democracia, que ainda regista números escolares que envergonham, demorará, se tiver tempo e engenho para isso, gerações a atenuar.

Existem preconceitos que parecem "guardar" a sociedade que descrevi, que supervisionam a ousadia e a poesia e que reagem ao novo com medo da não conservação da herança. Controlam os danos de forma subtil: classificam de ideológico, dando-lhe uma conotação pejorativa, o que inquieta ao mesmo tempo que se põem a salvo da "radical" catalogação.

É a forma ideológica do mau conservadorismo. Existe em modo silencioso e espera a redenção com a chegada "anunciada" do regime protector de todos os males do mundo.