domingo, maio 31, 2015

Série "como não deve ser um Presidente da República": quem obedece?

Já todos lhe perdemos a conta ao número de episódios da série interminável "como não deve ser um Presidente da República". Hoje temos mais um. Faltava-lhe apelar ao voto nos três partidos do arco da austeridade que nos tem a saque. O apelo foi feito nos seguintes termos: “Depois de Portugal ter ficado sujeito a um programa de ajustamento que impôs pesados sacrifícios aos portugueses, precisamos de um Governo que tenha apoio maioritário na Assembleia da República de forma a cumprir as regras comunitárias no que diz respeito ao controlo do défice orçamental, sustentabilidade da dívida pública e também no que diz respeito às reformas necessárias para a competitividade da economia portuguesa”. De tão conhecidos que são, será escusado detalhar o maior aumento da dívida pública de todos os tempos que resultou das tais "regras comunitárias" a que estão amarrados PSD, PS e CDS, que o que tais regras entendem por "competitividade da economia portuguesa" corresponde a salários cada vez mais mínimos e precariedade cada vez maior e mais generalizada, que os sacrifícios da maioria correspondem à fortuna  de uma casta de milionários que estas políticas vão favorecendo e que de tudo isto vem resultando a destruição de um país mergulhado numa crise humanitária que a todos deve mobilizar. E porque a todos deve mobilizar, por saber que o equívoco se instalou, a todos os que não queiram obedecer ao senhor Presidente da República deixo apenas mais uma nota: o contrário de votar no arco que sua excelência recomendou NÃO É não votar. Não votar apenas reduz o número de votos necessário para alcançar a maioria que o Senhor  Presidente da República hoje pediu ao melhor povo do mundo. O contrário de votar nos partidos da preferência presidencial, A única forma de pô-lo a espumar de raiva, como temos visto em Espanha e na Grécia, é eleger o maior número possível de deputados das forças partidárias que sempre se opuseram ao caminho que até aqui nos trouxe. Aos que queiram fazer-lhe a vontade, deixo a certeza: o Aníbal e o arco do Aníbal depois agradecem-vos.

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