sexta-feira, abril 30, 2010

Três dos seis presos anarquistas assumiram a "responsabilidade política" no grupo grego “Luta Revolucionária"

[Nesta manhã (29 de abril), três dos seis presos anarquistas acusados de pertencerem ao grupo "Luta Revolucionária" publicaram uma carta de 16 páginas num semanário de Atenas chamado "Pontiki" - que tradicionalmente divulga alguns comunicados dos grupos de “guerrilha armada" -, onde assumem a responsabilidade política pela participação no grupo "Luta Revolucionária". A polícia grega imputa ao grupo uma série de ataques explosivos no país, contra alvos estatais, diplomáticos e capitalistas, sem causar vítimas mortais. Os três anarquistas autores do comuniado são Pola Roupa, Nikos Maziotis e Kostas Gournas. A seguir trechos da extensa carta, que termina com um "Viva a Luta Revolucionária", "Honra ao companheiro Lambros Foundas" e "Viva a Revolução". ]

“Nós reivindicamos a responsabilidade política de participação no grupo “Luta Revolucionária”. Nós declaramos que o companheiro Lambros Foundas, que morreu em Dafni [subúrbio de Atenas] em 10 de março de 2010, após um tiroteio com a polícia, também participava do “Luta Revolucionária”.

“Declaramos também que estamos muito orgulhosos do nosso grupo “Luta Revolucionária”, estamos orgulhosos de nossa história, de cada momento da nossa ação política. Estamos orgulhosos do companheiro Lambros Foundas, que honramos e sempre iremos recordar com carinho”.

“Se os mecanismos de repressão acreditam que nos aprisionando vão acabar com a gente, estão redondamente enganados. Seja fora ou dentro das prisões, a luta vai continuar, é uma questão de honra e dignidade”.

“Os dois terroristas, Papandreou [Primeiro Ministro] e Chrisochoïdis [Ministro da Ordem Pública] riem presunçosamente, acreditando que garantiram a segurança necessária para o seu partido social-fascista [Pasok] continuar com a aplicação de seus planos criminosos contra a sociedade, salvando seus rabos, principalmente agora que seus superiores estadunidenses os corteja... Nós asseguramos que não vão acabar com a gente facilmente...”.

“Enquanto estivermos vivos, enquanto vivermos e respirarmos, nós faremos o melhor para criar problemas para os planos anti-sociais e criminosos do Estado”.

"E se os nossos caçadores e as autoridades políticas do país acreditam que têm toda a sociedade ao seu lado, se acreditam que a maioria das pessoas nos consideram uma ameaça social, estão mais uma vez enganados. Para a maioria da população, a ameaça social vem do governo, das medidas anti-sociais aplicadas governo após governo, da corrupção com o dinheiro público... dos mecanismos do Estado...”.

“Terrorismo é a política neoliberal, imposta pelos partidos no poder com a tolerância ou apoio de partidos menores. Terrorismo é a aplicação do plano de estabilidade que já causou grandes perdas a população, num ataque sem precedentes contra eles neste país...”.

“Terrorismo é não ter o material mais básico para sobreviver, ter o seu salário e sua pensão surrupiados. Terrorismo é o banco confiscar a sua casa. Terrorismo é estar vivendo nas cidades em meio à uma poluição letal. Terrorismo é a vida cotidiana sob um regime de medo...”.

“As condições objetivas agora são ideais. Agora vamos criar as condições subjetivas necessárias para a tentativa da revolução. Esta é a nossa chance”.

agência de notícias anarquistas-ana

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