domingo, julho 07, 2013

Olhando para os eventos no Egito em busca de reflexões

"É precisa ficar claro que a derrubada de Mubarak, mesmo que haja eleições livres e limpas, ainda uma dúvida, não significa nenhuma “ruptura com o contínuum da história” (Walter Benjamin). As formas de dominação e sofrimentos poderão perpetuar-se e dificilmente haverá solução para o desemprego, cuja tendência é acentuar-se com a crescente automação da produção. A rebelião, porém, consolidando-se como movimento de resistência ao que estar aí, tem importante papel ao tirar debaixo do tapete, forçando uma pauta, questões que incomodam os gestores da crise do 
capitalismo*”.

Os riscos estavam presentes nas primeiras barricadas do movimento dos jovens egípcios. Era de se esperar, a não ser a partir das análises obtusas à direita e à esquerda, que a rebelião no Egito poderia abortar. Antes mesmo das eleições, não havia expectativas, e nem se quer discussões sobre a crise global da qual essas rebeliões são filhas, que não restringisse as opções a uma teocracia religiosa no comando do Estado ou a volta da ditadura com o apoio do exército, agora clamada nas ruas pelas massas decepcionadas.