sábado, julho 03, 2010

Lista atualizada de presos e presas anarquistas na Grécia, junho de 2010

[A seguir lista atualizada de presos e presas anarquistas na Grécia. Esta lista não inclui o endereço do anarquista Simos Seisidis, que após ser baleado por policiais durante a sua prisão em 3 de maio passado sofreu um grave ferimento na perna, que mais tarde foi amputada. Ele ainda está no hospital "Evangelismos" sob a vigilância constante da Seção Antiterrorismo da polícia grega. Lembramos que um movimento que esquece seus presos e presas nos calabouços das prisões está condenado ao fracasso, ou como diz o poeta Mário Quintana, "o que mata um jardim não é o abandono, o que mata um jardim é esse olhar, de quem por ele passa indiferente". Envie cartas, postais... um sopro de vento... solidariedade!]

• Konstantina Karakatsani

Kentriki Kleisti Filaki Ginaikon

Koridallos

T.K. Atenas, 18110

Grécia

Konstantina é acusado de fazer parte do grupo Conspiração das Células de Fogo. Em fuga desde 25 de setembro de 2009, foi presa em 22 de abril de 2010. Um par de semanas atrás foi transferida da prisão feminina de Eleonas para o módulo de mulheres de Koridallos.

• Panagiota Roupa

Kentriki Kleisti Filaki Ginaikon

Koridallos

T.K. Atenas, 18110

Grécia

"Pola" foi presa em 10 de abril de 2010, juntamente com outros cinco companheiros, acusados de pertencer à organização de guerrilha urbana Luta Revolucionária. Em 29 de abril, juntamente com Maziotis e Gournas e através de uma carta aberta, declarou ser de fato um membro desse grupo. Devido a sua gravidez muito avançada (vai dar a luz em 20 de julho) foi transferida da prisão feminina de Eleonas para Atenas, e está atualmente à espera de ser levada para o hospital.

• Panagiotis Masouras

Neon Kratisis Katastima eidikos Avlona

T.K. 19 011

Avlona, Ática

Grécia

Panagiotis foi preso em 23 de setembro de 2009 sob a acusação de pertencer ao grupo Conspiração das Células de Fogo. Desde o início de sua detenção está na mesma prisão de menores.

• Haris Hatzimihelakis

Filaki Koridallou Dikastiki

T.K. Atenas, 18 110

Grécia

Haris foi preso em 23 de setembro de 2009 sob a acusação de pertencer ao grupo Conspiração das Células de Fogo.

• Alfredo Bonanno

Filaki Koridallou Dikastiki

T.K. Atenas, 18 110

Grécia

Alfredo, com 73 anos, pode ser o mais antigo prisioneiro em todo a Grécia. Ele foi preso em 1 de outubro de 2009 em Trikala com Hristos Stratigopoulos, acusado de "cumplicidade em crimes graves (assalto a banco)".

• Hristos Stratigopoulos

Filaki Koridallou Dikastiki

T.K. Atenas, 18 110

Grécia

Preso junto com Alfredo, Hristos assumiu plena responsabilidade pelo assalto à mão armada realizado em 1 de outubro de 2009 em Trikala.

• Giannis Dimitrakis

Domokou Filakes

T.K. Domokos 35 010

Fthiotida

Grécia

Giannis foi preso em 16 de janeiro de 2006, após ser gravemente ferido pelas balas da polícia na seqüência de um assalto a banco no centro de Atenas. Ao mesmo tempo, foi lançado um mandado de busca e captura contra três companheiros acusados de ser seu cúmplice. Dois deles, Marios Seisidis e Grigoris Tsironis continuam foragidos, enquanto que Simos Seisidis foi preso em 3 de maio de 2010. Em junho de 2007 Giannis foi condenado a 35 anos e seis meses. Sua última chance de apresentar recurso para um tribunal de apelações em 28 de abril passado foi prorrogado (pela segunda vez) e adiado até 6 de dezembro de 2010.

• Giorgos Voutsis-Vogiatsis

ASKA Filakes Kassavetias

T.K. 37 100 Almiros

Magnisia

Grécia

Giorgos foi preso em 3 de outubro de 2007, após um assalto a banco no bairro de Gizi, em Atenas. Em abril de 2009 ele foi condenado a oito anos de prisão.

• Ilias Nikolau

Filaki Dikastiki Thessalonikis

T.K. 54 012 Thessaloniki

Grécia

Ilias foi preso em 13 de janeiro de 2009 e acusado de colocar um dispositivo incendiário na delegacia de Evosmos (Tessalônica). Em 4 de dezembro de 2009 foi condenado a 7,5 anos de prisão.

• Polikarpos Georgiadis

Filaki Kleisti Kerkira

T.K. Kerkira 49 100

Grécia

Polikarpos foi preso no final de agosto de 2008, em Tessalônica, sob a acusação de seqüestro do mega-empresário Mylonas feito naquele verão. Em fevereiro de 2010, juntamente com o companheiro Vangelis Hrisohoidis foram condenados a 22 anos e três meses cada um. Um par de semanas atrás, Polikarpos foi transferido de Koridallos (Atenas), para a prisão de Kerkira (Ilha de Corfu), considerada a pior das "instituições penitenciarias” da Grécia. A prisão de Kerkira é um edifício do século XIX construído na forma de panóptico.

• Evaggelos Hrisohoidis

Domokou Filakes

T.K. Domokos 35 010

Fthiotida

Grécia

Evaggelos foi preso no mesmo dia que Polikarpos e sua condenação também foi a mesma.

• Vaggelis Stathopoulos

Filaki Trikalon Kleisti

T.K. 42 100 Trikala

Grécia

Vaggelis foi preso em 10 de abril de 2010 sob a acusação de pertencer à organização Luta Revolucionária. Ele nega todas as acusações.

• Kostas Gournes

Filaki Trikalon Kleisti

T.K. 42 100 Trikala

Grécia

Kostas foi preso em 10 abril de 2010 sob a acusação de pertencer à organização Luta Revolucionária. Em 29 de abril, juntamente com Maziotis e Roupa, através de uma carta aberta, declarou ser de fato um membro desse grupo.

• Hristoforos Kortesis

Filaki Korinthou Dikastiki

T.K. Korinthos 20 100

Grécia

Hristoforos foi preso em 10 de abril de 2010 sob a acusação de pertencer à organização Luta Revolucionária. Ele nega todas as acusações.

• Sarandos Nikitopoulos

Filaki Koridallou Dikastiki

T.K. Atenas, 18 110

Grécia

Sarandos foi preso em 10 de abril de 2010 sob a acusação de pertencer à organização Luta Revolucionária. Ele nega todas as acusações. Está isolado com Maziotis no módulo especial de Koridallos, onde também se encontra alguns prisioneiros do grupo de guerrilha urbana de esquerda 17 de Novembro.

• Nikos Maziotis

Filaki Koridallou Dikastiki

T.K. Atenas, 18 110

Grécia

Nikos foi preso em 10 de abril de 2010 sob a acusação de pertencer à organização Luta Revolucionária. Em 29 de abril, juntamente com Kostas e Roupa, através de uma carta aberta, declarou ser de fato um membro desse grupo.

• Vaggelis Pallis

Filaki Trikalon Kleisti

T.K. 42 100 Trikala

Grécia

Vaggelis é um preso "comum" de tendência anti-autoritária que se "politizou" nas prisões. Desde então, ele tomou parte na luta dentro dos presídios, as suas cartas e artigos aparecem regularmente em publicações anarquistas.

• Aris Seirinidis

Filaki Koridallou Dikastiki

T.K. Atenas, 18 110

Grécia

Aris foi preso em 3 de maio de 2010 (o mesmo dia que Simos Seisidis) em uma batida aleatória da polícia em Atenas e acusado, em princípio, de "posse de armas" (ele tinha uma pistola) e "resistência à autoridade". Agora a mídia e a polícia lançaram uma campanha de desinformação insinuando que Aris e Simos realizaram um “roubo sangrento" num grande supermercado de ferramentas "Praktiker". No dia seguinte, as mesmas autoridades rejeitaram essa versão, e em 7 de maio foi decidido colocar Aris em liberdade sob fiança com acusações. No entanto, os meganhas não contentes com esta decisão e imediatamente antes de que o companheiro tivesse sido liberado para a rua chega um novo mandado de detenção. Desta vez Aris é acusado de atirar em policiais no ano passado. Trata-se de um caso raro, uma daquelas histórias que se transformam em "lendas urbanas": no início de julho de 2009 pela tarde, uma pessoa vestida de shorts, chinelos e... chapéu mexicano, coberto com uma máscara de médico saiu na rua Harilau Trikoupi em Exarchia e fez alguns disparos contra uma unidade da polícia que vigiava a sede do partido socialista PASOK. O caso chamado pelos meios de comunicação de "um louco com chapéu" tornou-se um embaraço para a polícia. A única prova que encontraram foi a dita máscara de médico e agora declaram que seus testes de DNA bate com o material genético encontrado na carteira de Aris. Existem muitas contradições neste caso, até as declarações do chefe da polícia da unidade de controle antimotim não coincide com as características físicas de Aris.

Carta de Aris Seirinidis

Com uma metodicamente preparada operação policial, judiciária e midiática, que começou logo após a minha prisão em 3 de maio de 2010 na parte da tarde, o Estado, em um período de intensificação dos conflitos de classe, conseguiu impor sobre mim a condição de refém. Movendo-se entre o bem-humorado e o científico, tanto na montagem como no manejo do meu "caso" faz você sentir essa perseguição penal duplamente como exemplar.

Por um lado, o conceito mesmo de "exemplarizar" o meu caso, por que visa exemplificar a minha escolha firme e sem hesitação, por já 17 anos seguidos, de estar do outro lado da barricada, ali onde se determina a minha posição de classe e minha consciência: contra a dominação capitalista e contra o terrorismo de Estado.

Por outra parte exemplar, porque isto acontece durante uma nova era de repressão em tempos de FMI e de uma guerra total contra a sociedade pelo capital e o Estado. Em paralelo com as fraquezas estruturais do sistema capitalista, a crise econômica atual revela a natureza artificial e casual da democracia burguesa. Ao mesmo tempo em que o FMI, a União Européia e os seus representantes locais tentam impor um regime de totalitarismo econômico capitalista, cai a máscara da democracia. Então, as mais complicadas montagens, digno da milicada do período após a guerra civil, pode ser "encaixar" com uma "irrefutável pesquisa de DNA" nos laboratórios da Delegacia Central.

Eu não vou persistir sobre o evidente atropelamento de qualquer pretexto legal ou de outra coisa que diz respeito ao tratamento do meu caso, já que é fato de que minha prisão foi decidida em um dos andares da Segurança do Estado. De qualquer maneira, eu não reconheço qualquer legitimidade para este sistema de exploração e opressão. No entanto, para aqueles que têm como objetivo exemplificar o meu encarceramento, eu tenho que dizer o seguinte: a prisão é para mim um novo campo de luta, um desafio da luta contra "o poder absoluto da ordem", um compromisso para converter a instituição mais bárbara de domínio em um laboratório onde eu possa amadurecer politicamente e ideologicamente. Quanto ao novo dogma repressivo, com a sua obsessão vingativa, apesar de tudo isso não pode esconder o pânico, que tem o endividado Estado grego contra a possibilidade de que a raiva social generalizada se torne uma revolta social.

Desde a ala A da prisão de Koridallos ergo o meu punho para meus companheiros e companheiras, a todos aqueles que lutam, cheio da certeza que vou encontrá-los novamente no campo da guerra social e de classes, ainda mais determinados, ainda mais combativos e ainda mais fortes.

Aris Seirinidis

Koridallos, 9 de junho de 2010.

agência de notícias anarquistas-ana

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