quinta-feira, junho 14, 2007

FIM

O blog ANOVIS ANOPHELIS fecha hoje a suas portas

O blog ANOVIS ANOPHELIS fecha hoje a suas portas


http://franciscotrindade.blogspot.com/


E pronto, como muitos já adivinhavam e me fizeram chegar ao longo destes últimos tempos por meio de mails, o fim do ANOVIS ANOPHELIS também se concretiza hoje.
Muito poderia ser dito sobre esse fim mas verdadeiramente e acredite-me quem quiser não tenho muita vontade de falar sobre isso…


Mas não quero deixar de dizer o seguinte: a ordem capitalista existe e está para durar logo o pressuposto fundamental que deu origem ao blog continua bem presente…


Como se sabe o ANOVIS ANOPHELIS é o herdeiro natural do site a www.franciscotrindade.com que tinha sido criado em 6 de Novembro de 2000.
O que deu origem na mudança do site para blog foi na altura divulgado, cujos textos se encontram nos primeiros que durante estes dezoito meses foram colocados num total de três mil e setecentos textos (3700 textos).
Queria apresentar para finalizar "em beleza", um filme duma conferência minha dada em 1997 mais precisamente em 15 de Abril na Biblioteca Museu República e Resistência em Lisboa de cerca de 90 minutos sobre o Princípio Federativo de Proudhon com debate no final mas as tecnologias e a internet e o youtube foram avessos a essa possibilidade...Que se lixem todos! Fica o filme entregue à memória da história do proudhonismo em Portugal


Muito deveria ser dito sobre os tentáculos da ordem capitalista e como estamos de despedida seria sempre “in”falar sobre isso mas se dissesse o que me passa (racionalmente) pela cabeça, poderia dar motivos ao Ministério Público para me tentar dar cabo do juízo até porque como sabemos vivemos em plena liberdade de expressão…
É sempre aquela velha história de dizer que os ditadores são democráticos, mas para quem pensa como eles… Como sabemos, o governo é a ferramenta das classes privilegiadas com a qual controlam as massas e garantem um ambiente favorável aos seus próprios interesses.


Proudhon e sempre Proudhon: “Ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, parqueado, endoutrinado, predicado, controlado, calculado, apreciado, censurado, comandado, por seres que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude (...). Ser governado é ser, a cada operação, a cada transação, a cada movimento, notado, registrado, recenseado, tarifado, selado, medido, cotado, avaliado, patenteado, licenciado, autorizado, rotulado, admoestado, impedido, reformado, reenviado, corrigido.
É, sob o pretexto da utilidade pública e em nome do interesse geral, ser submetido à contribuição, utilizado, resgatado, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; e depois, à menor resistência, à primeira palavra de queixa, reprimido, multado, vilipendiado, vexado, acossado, maltratado, espancado, desarmado, garroteado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, no máximo grau, jogado, ridicularizado, ultrajado, desonrado.
Eis o governo, eis a justiça, eis a sua moral!”


Mas como dizia Wilhelm Reich «O que espanta não é o facto de haver gente que rouba, de haver quem faça greve; mas sim o facto de haver esfomeados que não roubam, de haver explorados que não fazem greve.»


Agradeço a todos os que durante este tempo contactaram comigo, aos outros que mandaram informações que não passavam nos meios de informação de massas e que aqui tiveram a possibilidade de serem difundidas e a todos os que partilharam ao longo de seis anos e meio ( Novembro de 2000 a Maio de 2007) posições nem sempre em conformidade (e ainda bem)!
Lembrem-se sempre da frase proudhoniana: "Os grandes só parecem grandes, porque estamos ajoelhados"


E pronto, finito: “Agir, é sempre pensar; dizer, é fazer” mais uma vez Proudhon em 1849 (tempos a seguir àquele ano revolucionário de 48…não esquecer).
Talvez seja altura de dizer menos e fazer mais “dizer é fazer” a todos os níveis do político, do social, do económico e se isso acontecer encontrar-nos-emos não neste espaço de revolta mas somente no espaço da revolução…

Francisco Trindade