segunda-feira, agosto 31, 2009

O NEGRO E O VERMELHO

L'Idée générale de la révolution au XIXe siècle, 1851

Burgueses, fostes cruéis e ingratos; por isso, a repressão que se seguiu aos dias de Junho clamou vingança. Fizeste-vos cúmplices da reacção: sujeitaste-vos à vergonha (p. 95).
Não se reprime uma revolução, não se pode enganá-la, tão pouco é possível desnaturá-la nem, por maioria de razão, vencê-la. Quanto mais a reprimis, mais aumentais a sua força e tornais a sua acção irresistivel (p. 101).
As tolices dos governantes fazem a ciência dos revolucionários: sem esta legião de reaccionários que nos passou por cima, nós, socialistas, não poderíamos dizer para onde vamos nem quem somos (p. 109).
Que pretende o sistema? Manter, acima de tudo, a feudalidalde capitalista no gozo dos seus direitos; assegurar e aumentar a preponderância do capital sobre o trabalho; reforçar, se possível, a classe parasita, proporcionando-lhe em toda a parte, com a ajuda dos cargos públicos, criaturas segundo as necessidades de recrutamento; reconstituir pouco a pouco e enobrecer a grande propriedade (p. 147).
A República tinha de construir a sociedade, mas só pensou no governo. Com o contínuo fortalecimento da centralização e não tendo a Sociedade nenhuma instituição para lhe opor, as coisas chegaram, pelo exagero das ideias políticas e a nulidade das ideias sociais, a um ponto em que a sociedade e o governo já não podem viver juntos, pois as condições de um eram escravizar e subalternizar o outro (p. 152).
Cem homens, unindo ou combinando as suas forças, produzem, em certos casos, não cem vezes mais do que um, mas duzentas, trezentas, mil vezes. A isto chamei força colectiva. Extraí mesmo deste facto um argumento que ficou como tantos outros sem resposta contra certos casos de apropriação; é que assim já não basta pagar simplesmente o salário a um certo número de operários para adquirir legitimamente o seu produto: é preciso pagar o dobro, o triplo, o décuplo deste salário, ou dar a cada um deles, alternadamente, um serviço análogo (p. 161).
Sim, as Companhias operárias - negação do assalariado, e afirmação da reciprocidade, sob este duplo aspecto já tão cheias de esperança - são chamadas a desempenhar um papel considerável num futuro próximo. Este papel consistirá sobretudo na gestão dos grandes instrumentos de trabalho (p. 175).
Será preciso encontrar uma solução dentro em breve; senão, acautelai-vos!...
Vejo aproximar-se a expropriação universa1, ... e sem indemnização prévia (ip. 264).
Uma liquidação geral é o preâmbulo obrigatório a toda a revolução. Após sessenta anos de anarquia mercantil e económica, uma segunda noite de 4 de Agosto é indispensável (p. 265).
Digamo-lo ao menos uma vez: o resultado mais característico, mais decisivo da Revolução, após ter organizado o trabalho e a propriedade, é aniquilar a centralização política, numa palavra, o Estado (p. 336).
Vós próprio haveis dito: A República está acima do sufrágio universal. Se compreendesseis a fórmula, não reprovaríeis o comentário: A revolução está acima da República (p. 351).

Fotografado pelos pais todos os dias durante um ano!

equilíbrio precisa-se

Da servidão moderna

Um filme documentário de Jean-François Brient sobre o sistema totalitário de mercado no qual vivemos submetidos. O autor desmonta os caminhos das democracias liberais que formam o modelo dominante do mundo ocidental e como estas pouco ou nada devem aos sistemas totalitários que porecem criticar. Mais informações e o próprio filme que aqui reproduzimos após contacto com o autor em http://www.delaservitudemoderne.org.

De la servitude moderne,1ère partie



De la servitude moderne, 2ème partie



De la servitude moderne, 3ème partie

assim é mais animado

pró canil? Nem penses!

Tiro acidental

Capitalismo hoje. Caracterização, crises e eixos estratégicos

O coro é a união dos corações. Muito bonito!

Os anseios de Carolina Patrocínio mandatária do ps para a juventude



Comentário: Estão bem um para o outro!...

De Deus pode dizer-se tudo

A hipótese de um deus seja ele qual for, é cada dia que passa menos plausível, à luz da ciência e suas descobertas acerca da natureza e origem da vida. As velhas crenças das religiões e as metafísicas que as sustentam entraram inevitavelmente em decadência. A ciência moderna já não se ocupa de essências, espécies ou formas, mas sim de factos, experiências e dados empíricos, contribuindo assim para modificar a auto-compreensão do homem.

truque de magia falhado

Portugal não tem que ser assim

Uma empresa, a Estoril-Sol, quis dar o contributo do seu exemplo para alertar os portugueses para aquilo que tem que mudar no nosso país: apesar dos 114,9 milhões de euros que os três casinos do grupo arrecadaram em proveitos em apenas seis meses, a Estoril-Sol fala na necessidade de proceder a despedimentos que minimizem a quebra de 8,9 por cento nos seus lucros relativamente ao mesmo período de 2008.

Bush versus zombies

O fim anunciado do dólar

Se fosse algum economista suspeito de ser marxista a falar do fim do dólar como moeda internacional não faltaria quem o apelidasse de lunático. Mas agora é um prémio Nobel da Economia, o norte-americano Joseph Stiglitz, a dizer que “é preciso criar uma nova divisa mundial que substitua o dólar”.

De la servitude humaine - Trailer



Ao longo do dia de hoje o filme será aqui disponibilizado.
Sócrates nega a existência de "facilitismo", o que é um facto se tivermos em conta que, por enquanto, o Estado não distribui doutoramentos por recém-nascidos

A legenda


um ET e por cima asiático


O maior erro de Sócrates

"O maior erro de Sócrates foi não ter afastado a ministra da Educação"

Edmundo Pedro

Comentário: Meu caro Edmundo, pesar da sua mundividência agora já é tarde...

compilação de coisas giras

domingo, agosto 30, 2009

O NEGRO E O VERMELHO

Les confessions d'un révolutionnaire, 1849

Eu, eleito pela plebe, jornalista do proletariado, não devia deixar esta massa sem direcção nem conselho: cem mil homens arregimentados mereciam que eu me ocupasse deles (p. 170).
É preciso levantar a moral dos trabalhadores, vingar a insurreição de Junho contra as calúnias da reacção; colocar, com redobrada energia, com uma espécie de terrorismo, a questão social (p. 192).
Organizar o trabalho, o crédito, a assistência, é afirmar a constituição socia1. Ora, a constituição social subalterniza, nega a constituição política: como se quer que o governo tome a iniciativa de um tal progresso? Para o governo, o progresso vai no sentido contrário àquele que deve ser para o trabalhador; por isso e toda a história o prova, longe de progredir, o governo tende sempre a retroceder (p. 228).

uma questão de perspectiva

o último modelo

compilação de gargalhadas interessantes...

sê um bom pai senão...

um xadrez artesanal metálico

estrondosos falhanços em halterofilia

é um amor...poluente!

e o seu nome é...

Bruno Nogueira ao telefone com Bruno Nogueira

Uma excelente imitação de Luis Franco Bastos, durante uma entrevista a Bruno Nogueira, no “5 para a meia noite”.


"Não há facilistimo" - garante a ministra - "os alunos até são obrigados a distinguir as cores antes de entrar para a universidade".

autocarro rosa do ps para a campanha eleitoral

lurdes rodrigues? Não conheço!

guitarrista de rua

Todas as escolas terão planos de contingência no início do ano lectivo

A ministra da Educação anunciou que todas as escolas têm, ainda que em fase de conclusão, os seus planos de contingência para combater a gripe A e para os quais receberam uma verba até dois mil euros.

Comentário: AH AHA AH AHA HHA AH AH HAH AH!!!

truque de magia falhado

Petrolíferas aumentam em Portugal os preços mais do que o preço médio da UE27, o que custará aos portugueses mais 437 milhões de euros/ano

a maneira americana de ver o problema da segurança

cenas tristes dos "famosos"

sábado, agosto 29, 2009

O NEGRO E O VERMELHO

Système des contradictions economiques, 1846, vol. II

Ocupemo-nos, em primeiro lugar, do trabalho. O trabalho é o primeiro atributo, o carácter essencial do homem. O homem é trabalhador, quer dizer, criador... (p. 361).
O que é, pois, o trabalho? Ninguém ainda o definiu. O trabalho é a emissão do espírito. Trabalhar é gastar a sua vida; trabalhar, numa palavra, é abnegar-se, morrer (p. 362).
O homem morre de trabalho e de abnegação...
(p. 362). Morre porque trablha; ou melhor, é mortal porque nasceu trabalhador: o destino terrestre do homem é incompatível com a imortalidade... (p. 363).
Mas nós já sabemos que nada do que se passa na economia social tem exemplos na natureza; vemo-nos forçados, por factos inéditos, a inventar constantemente nomes especiais, a criar uma nova linguagem. É um mundo transcendente, cujos princípios são superiores à geometria e à álgebra, cujos poderes não provêm nem da atracção, nem de nenhuma força física, mas que se serve da geometria e da álgebra como de instrumentos subalternos (p. 389).
Que mais posso dizer? Trata-se da própria criação a(pan,hada, por assim dizer, em flagrante! (p. 389). Este munido que nos envolve, nos penetra, nos agita, sem que possamos vê-lo de outro modo que não seja através dos olhos do espírito e tocá-lo a não ser por sinais, este mundo estranho, é a sociedade, somos nós! (p. 389). Que mundo é este, metade material, metade inteligível: metade necessidade, metade ficção? Que força é esta chamalda trabalho, que nos arrasta com tanta mais certeza quando nela nos julgamos mais livres? O que é esta vida colectiva, que nos queima com uma inextinguível chama, causa das nossas alegrias e dos nossos tormentos? (p. 390).
Eis... que se nos apresenta uma ciência na qual nada nos é dado, a priori, nem pela experiência, nem pela razão; uma ciência em ique a humanidade extrai tudo de si própria, números e fenômenos, universais e categorias, factos e ideias; enfim, uma ciência que, em vez de consistir simplesmente, como todas as outras ciências, numa descrição racional da realidade, é a própria criação da realidade e da razão! Assim, o autor da razão económica é o homem; o criador da matéria económica é o homem. o arquitecto do sistema económico é ainda o homem. Depois de ter produzido a razão e a experiência socia1, a humanidade procede à construção da ciência social (p. 391).
Quereis conhecer o homem, estudai a sociedade; quereis conhecer a sociedade, estudai o homem. O homem e a sociedade servem-se reciprocamente de sujeito e objecto; o paralelismo, a sinonimia de ambas as ciências é completa (p. 393).

«Apênldice» ao Système des contradictions économiqúes. Notas de Proudhon no seu exemplar de A Miséria da Filosofia, de Marx, 1847 (ibid., vol. II, Paris, 1923):
«Mas o que ele não compreendeu, é que estas relações sociais determinadas são produzidas pelos homens tanto como o são o algodão, o linho... » (Exprobação de Marx dirigida a Proudhon).
Mentira: é precisamente isso que eu igo. A sociedade produz as leis e os materiais da sua experiência (p. 416).
Como vê, tenho a infelicidade de pensar outra vez como o senhor! Acaso alguma vez pretendi que os princípios fossem algo de diferente da representação intelectual, não, portanto, a causa geradora dos factos?
A vossa quinta observação é uma imputação caluniosa.
O verdadeiro sentido da obra de Marx é o seu desgosto por eu ter pensado tudo como ele e por tê-lo dito antes dele. Compete ao leitor crer que é Marx que, depois de me ter lido, lamenta pensar como eu! Que homem! (p. 418).

beijo

uma musiquinha para o fim de noite

já posso comer?

a minha casinha

Ópera não é segredo para este papagaio...

mas porque é que é gay?

uns passos a marcar o final de tarde

carta de condução

mais um novo sinal

Calças com olhos!

Vá lá a ver se a moda pega…


aberração histórica

assim é que é!

Quem quer os meus ovos, quem quer?

O salvamento dos patos

o que é que um cavalo faz que uma vaca não possa fazer?

Um metro e cinquenta e sete - na realidade não era necessário agachar-se

Fairplay ao mais alto nível!

Da Austrália chegam as imagens bizarras de uma atitude invulgar no futebol. Durante o jogo entre South Melbourne FC e Sunshine Georgies, o médio brasileiro Fernando de Moraes devolve a bola ao guarda-redes adversário, depois desta ter sido colocada fora para que fosse prestada assistência médica a um jogador. E depois faz isto…


Novidade literária

O novo romance de José Saramago chama-se “Caim” e tem como personagens principais aquela figura bíblica, Deus e a Humanidade “nas suas diferentes expressões”, segundo a descrição de Pilar del Río no blogue do Nobel da Literatura.O novo livro de Saramago põe Deus como autor moral de um crime.

os três da vida airada


Comportamentos diferentes do IEFP e do INE sobre o desemprego em Portugal: um esconde dados, outro não

O problema do desemprego em Portugal está a atingir uma tal gravidade que nunca é demais falar sobre ele. E isto até pela insensibilidade social revelada por este governo que continua a recusar alargar o subsidio de desemprego a mais desempregados, quando o número daqueles que não recebem subsídio de desemprego é já superior a 200.000. Embora tanto o IEFP como o INE procurem ocultar a verdadeira dimensão do desemprego em Portugal, no entanto têm comportamentos diferentes: o IEFP oculta dados, enquanto o INE não o faz.

8-bit Trip

Há duas semanas colocámos aqui um vídeo que ilustrava clássicos dos videojogos em LEGO. Este vídeo é semelhante, mas foi feito com técnicas diferentes e mais elaboradas. De acordo com o autor este trabalho demorou 62 dias.


CHIP, MEDIDA PIDESCA

A deriva policialesca do governo Sócrates agrava-se à medida que se agrava a crise social. A última novidade é a tentativa de instalar, a partir de 2010, chips electrónicos nos cinco milhões de veículos existentes em Portugal. Eles querem o big brother, para espiolhar electronicamente o comportamento de cada um.

e um raio destes em S. Bento?

não me perturbem que estou a jogar...

posso ver os meus mails?

Assassinos de Marshmallows

Contém cenas chocantes de marshmallows a serem queimados vivos!

O NEGRO E O VERMELHO

Système des contradictions economiques, 1846, vol. I

A maioria dos filósofos, como dos filólogos, só vê na sociedade um ser de razão, ou melhor, um nome abstracto que serve para designar uma colecção de homens. Que os substantivos colectivos, os substantivos de género e de espécie, não designem, em absoluto realidades, isso é um preconceito que todos adquirimos na infância com as primeiras lições de gramática. Muito haveria para dizer acerca desta matéria; limito-me ao meu assunto. Para o verdadeiro economista, a sociedade é um ser vivo dotado de uma inteligência e de uma actividade próprias, regido por leis especiais que só a observação permite descobrir e cuja existência se manifesta, não sob uma forma física, mas pelo acordo e íntima solidariedade entre todos os seus membros. Assim, quando, há pouco, sob o símbolo de um deus fabuloso, fazíamos a alegoria da sociedade, a nossa linguagem, no fundo, nada tinha de metafórico; era ao ser social, unidade orgânica e sintética, que nós acabávamos de dar um nome. Para quem reflectiu sobre as leis do trabalho e da troca deixei de lado quaisquer outras considerações) a realidade, e estive quase a ponto de dizer a personalidade do homem colectivo, é tão certa quanto a realidade e a personalidade do homem individual. Toda a diferença está em que este se apresenta aos sentidos sob o aspecto de um organismo cujas partes mantêm uma coerência materia1, circunstância que não existe na sociedade. Mas a inteligência, a espontaneidade, o desenvolvimento, a vida, tudo o que constitui a realidade do ser no mais alto grau é tão essencial para a sociedade como para o homem (p. 123).
É impossível e contraditório, que no sistema actual das sociedades o proletariado alcance o bem-estar pela educação ou a educação pelo bem-estar. Com efeito, sem contar já que o proletário, o homem-máquina, é tão incapaz de suportar o desafogo como a instrução, está demonstrando, por um lado, que o seu salário tende sempre menos a elevar-se que a descer, e por outro, que a cultura do seu espírito, mesmo que a pudesse receber, ser-lhe-ia inútil, pelo que há para ele uma incitação constante para a barbárie e para a miséria. Tudo o que, nestes últimos anos, se tentou em França e Inglaterra com vista a melhorar a sorte das classes pobres relativamente ao trabalho das crianças e das mulheres e ao ensino primário, a menos que seja o fruto de uma intenção do radicalismo, foi feito à margem dos dados económicos e em prejuízo da ordem estabelecida. O progresso, para a massa dos trabalhadores, é sempre um livro fechado a sete chaves; e não é por meio de contra-sensos legislativos que o implacável enigma será explicado (p. 164).
Com a máquina e a oficina, o direito divino, quer dizer o princípio de autoridade, fez a sua estreia na economia política. O Capital, a Deminação, o Privilégio, o Monopóilio, a Comandita, o Crédito, a Propriedade, etc., tais são, em linguagem económica, os diversos nomes de um não sei quê a que costumam chamar Poder, Autoridade, Soberania, Lei escrita, Revelação, Religião, enfim, Deus, causa e princípio de todas as nossas misérias e de todos os nossos crimes, e que quanto mais procuramos definir, mais se nos escapa.
Será impossível que, no estado presente da sociedde, a oficina, com a sua organização hierárquica, e as máquinas, em vez de servirem exclusivamente os interesses da classe menos numerosa, menos trabalhadora e de todas a mais rica, sejam empregadas para o bem comum? Isso é o que iremos examinar (p. 195).
A família não é, por assim dizer, o tipo, a molécula orgânica da sociedade. Na família, como muito bem o tinha observado de Bonald, existe um só ser moral, um só espírito, uma só alma, e quase diria, como a Bíblia, uma só carne. A família é o tipo e o berço da monarquia e do patriciado; nela reside e se conserva a ideia de autoridade e de soberania, que se apaga cada vez mais no Estado. Foi sobre o modelo da família que todas as sociedades antigas e feudais se organizaram, e é precisamente contra esta velha constituição patriarcal que se revolta a democracia moderna.
A unidade constitutiva da sociedade é a oficina (p. 238).
É uma consequência do desenvolvimento das contradições económicas o facto de a ordem na sociedade se mostrar em princípio como que do avesso; aquilo que deve estar em cima estar situdo em baixo; aquilo que deve ser posto em relevo parecer côncavo, e aquilo que deve receber luz ser lançado na sombra. Assim, o poder que, por essência, é, como o capital, auxiliar e subordinado do trabalho, torna-se, pelo antagonismo na sociedade, o espião, o juiz e o tirano das funções produtivas; o poder, a quem a sua inferioridde original manda obediência, é príncipe e soberano.
Em todos os tempos as classes trabalhadoras buscaram contra a casta oficial a solução desta antinomia, cuja chave só a ciência económica pode dar (p. 289).
Seguido as definições da ciência económica, pelo contrário, definições conformes à realidade das coisas, o poder é a série dos improdutivos que a organização social deve tender infinitamente a reduzir. De que maneira, pois, com o princípio de autoridade tão caro aos democratas, o voto da economia política, voto que é também o do povo, se poderia realizar? Como é que o governo que, seguido esta hipótese, é tudo, se tornaria um servidor obediente, um órgão subalterno? (pp. 340-341).
O poder, instrumento da força colectiva, criado na sociedade para servir de mediador entre o trabalho e o privilégio, encontra-se fatalmente ligado ao capital e dirigido contra o proletariado (p. 345).
Para as classes trabalhadoras, o problema consiste, então, não em conquistar, mas em vencer, ao mesmo tempo, o poder e o monopólio, o que significa fazer surgir das entranhas do povo, das profundezas do trabalho, uma autoridade maior, um facto mais poderoso, que envolva o capital e o Estado e que os subjugue (p. 345).

sexta-feira, agosto 28, 2009

como não percebo nada de política, vou votar na continuidade



"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."

Bertolt Brecht

USS Dog

quantos cavalos tem o teu carro? Um burro!

rapaz paralisado anda de skate...

qualquer sítio serve para uma boa soneca

não falta tudo, já tem o volante

Como pregar um prego no tecto

Porque será que quem está na oposição é sempre contra e quer sempre renegociações das grandes obras publicas quando chegar ao governo. Afinal não são contra os projectos, são é contra o negócio das adjudicações não ser feito por eles. Fazer a obra só custa dinheiro e dá problemas a um governo, mas negociá-la dá poder, fazem-se amigos importantes e até há quem enriqueça. Claro que quem queria fazer a obra, quando volta a ser oposição só encontra problemas na sua realização e passa a ser contra gastar dinheiro, que não há, em projectos megalómanos. Surpreendente, como o poder e o dinheiro mudam as opiniões das pessoas.

alto e pára o baile!

para não perder pitada do espectáculo

Este macaco é mesmo um bom actor!

esclarecer as ideias

Frog food

O jornal The Guardian de 13 de Março, num artigo sobre desigualdade social suscitado pela publicação do referido livro, chama a Portugal e Espanha um “par estranho”, por serem “países com muitas semelhanças culturais e paralelos nas suas histórias recentes – ambos se tornaram democracias nos anos 70 após a queda de regimes autoritários”. Mas, nota o jornal,“a Espanha está a meio da tabela da desigualdade, enquanto Portugal está quase no cimo”, registando-se aqui “muitos mais problemas sociais”.

ó meu! Aqui em baixo...

Talento hip-hop

O artista é Lyrical God aka Lyric, com a música “Let The Beat Ride”. Uma mesa e dois lápis é só o que precisa p’ra tirar um beat e fazer um rap de qualidade.


Não esquecer Gaza

As Nações Unidas publicaram esta semana um relatório sobre o impacto humanitário do bloqueio israelita a Gaza que em Julho passado entrou no seu terceiro ano. Dados a destacar: desemprego acima dos 40%, mais de 75% das famílias dependentes de assistência alimentar, impossibilidade de reconstrução das mais de 6 mil estruturas destruídas ou danificadas durante a última ofensiva israelita, mais de 20 mil pessoas a viver em habitações precárias, 2-8 horas de cortes de electricidade diários, cerca de 10 mil pessoas sem acesso a água corrente, impossibilidade de tratamento médico fora de Gaza, salas de aulas superlotadas.

é caso para dizer que esta praia é bem frequentada

Como servir uma bebida correctamente!

quinta-feira, agosto 27, 2009

O NEGRO E O VERMELHO

De la création de l'ordre dans l'humanité ou principes d'organisation politique, 1843

Não é raro ver homens de uma grande sagacidade, de um juízo distinto, de uma razão superior, serem perseguidos por uma ideia que, semelhante a uma iluminação repentina, lhes atravessou o cérebro, neles produzindo as mais singulares imaginações. Um dos mais famosos exemplos desta ideomania foi J.-J. Rousseau (p. 84). Mas o tipo da fascinação intelectual, o ideómano por excelência, esse foi o autor do Monde industriel, Ch. Fourier (p. 85). Entre os alucinados,desta espécie incluo os filósofos. (...) A ideomania universal e profundas que descrevi em traços largos, ... resume, por si só, todas as superstições científicas, políticas e religiosas (p. 87). Com umas árvores genealógicas de ideias se resolveriam, à margem da experiência e da análise os problemas relativos ao homem e à sociedade. Esta preocupação do espírito humano parece ter alcançado a sua maior intensidade aí por volta dos séculos IV e V antes da nossa era, nos tempos em que viveram, na Grécia, Sócrates, Platão, e os sofistas (p. 89).
O sistema de Hegel voltou a pôr em voga o dogma da Trindade: panteístas, idealistas e materialistas tornaram-se trinitários, e muitas pessoas imaginaram que o mistério cristão se ia tornar um axioma de metafísica. Veremos, daqui a pouco e depois das observações que fizemos no parágrafo precedente sobre a aritmética, botânica e zoologia, o leitor já deve estar suficientemente preparando, veremos, dizia eu, que a natureza, quando a abarcamos no seu conjunto, se presta tanto a uma classificação quaternária como a uma classificação ternária e que se prestaria provavelmente a muitas outras se a nossa intuição fosse mais abrangente; por consequência, [veremos] que a criação evolutiva de Hegel se reduz à descrição de um ponto de vista escolhido entre muitos outros, e que, mesmo que esta descrição fosse tão rigorosa e irrepreensível como o sistema decimal, a certeza que ela teria não provaria, de modo nenhum, a sua realidade exclusiva, assim como a certeza absoluta do nosso sistema de numeração não prova que ele seja o sistema exclusivamente seguido pela natureza.
Além dissio, o sistema de Hegel valeu ao seu autor graves reprovações: queixavam-se que a sua série não passava, muitas vezes, de um artifício de linguagem em desacordo com os factos; que a oposição entre o primeiro e o segundo termo nem sempre era suficientemente marcada e que o terceiro não os sintetizava. Estas críticas nada têm que nos possa surpreender: Hegel, antecipando-se aos factos em vez de esperar que acontecessem, forçava as suas fórmulas e esquecia que o que pode ser uma lei de conjunto não basta para dar conta dos pormenores. Numa palavra, Hegel tinha-se aprisionado numa série particular, e pretendia explicar com ela a natureza, tão variada nas suas séries como nos seus elementos (pp. 162-163).
É ao mesmo tempo que compreendo a independência das diversas ordens de séries e a impossibilidade de uma ciência universal, as leis da série simples, e os elementos da síntese (p. 212). A síntese não destrói realmente, mas formalmente, a tese e a antítese (sp. 214). A metafísica junta a sua autoridade à do sentido íntimo para nos provar algo forado nosso pensamento; o idealismo, tanto o objectivo como o subjectivo, segue convencidode uma quimera, e as angústias do cepticismo já não podem atingir-nos (p. 288).
O progresso da sociedade mede-se segundo o desenvolvimento da indústria e aperfeiçoamento dos instrumentos; o homem que não sabe ou não pode servir-se de um instrumento para trabalhar é uma anomalias uma criatura abortícia: não é um homem. Repitamo-lo: de entre todos os animais o homem é o único que trabalha. As antigas religiões viram nisto o signo de uma maldição celeste: com efeito, na sociedade primitiva, o trabalho devia ser tão penoso quanto pouco produtivo. A nova ciência, porem, so vê no trabalho o brilhante testemunho da nossa imensa superioridade (p. 298).
O antagonismo entre o capital e o trabalho, tão deplorado pelos amigos do progresso, longe de se resolver numa associação, que manteria a distinção efectiva entre o trabalhador e o capitalista, só deve terminar pela sujeição absoluta do capital ao traibalho, e pela transformação do ócio capitalista em função de comissário de alforrias e distribuidor dos capitais (p. 313).
A dialéctica seriada é uma máquina que devorará a Constituição, os códigos, os tribunais e todo o arsenal administrativo; que destruirá os canhões do despotismo e fará estremecer as suas bastilhas. Um quilograma de pólvora apenas fará explodir uma bomba; uma só destas ideias fará ir pelos ares milhões de soldados (p. 461).

das cenas mais românticas e mais realistas...

Stairway to Heaven tocada em harpa e dedicada a todos os professores que acreditaram no que vem escrito no programa eleitoral do psd sobre educação...

“E pur si muove”


A foto acima, da Associated Press, publicada no Sunday Telegraph, é uma das fotos mais caricatas do ano.
Nashville, Tennessee, 21 de Julho de 2009 (pleno Verão no hemisfério norte), Al Gore (um dos principais responsáveis pela propaganda em volta do alegado aquecimento global antropogénico) acena junto da janela da sua mansão, a um repórter fotográfico da AP, enquanto a neve lhe vai serenamente cobrindo a vidraça.

P.S. Já agora, uma curiosidade em relação ao título:
A frase “no entanto ela move-se” é muito usada em meios académicos para contrariar teorias oficialmente aceites e cientificamente incorrectas. A frase é atribuída a Galileu Galilei, no final do julgamento a que a Santa Inquisição o submeteu por ter defendido publicamente a teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico. No entanto, o mais provável é que Galileu nunca a tenha proferido. Que a Terra se movia em volta do Sol, sabia-o a Igreja há algum tempo, o que a instituição pretendia é que isso não fosse tornado público, daí Galileu ter sido “forçado” a negar publicamente a teoria. A célebre frase terá (ao que consta) sido inventada por Giuseppe Baretti.

ok está entendido

eu estou aqui e tu estás aí...

One wheel ‘car’! Quite unusual…

A patranha do dia

Olhar para fotografias de bolos e doces pode ajudar a emagrecer, diz estudo!
De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa em Psicologia e Saúde da Universidade de Utrecht, na Holanda, divulgado pela revista New Scientist, olhar para fotos de bolos e doces pode ajudar mulheres decididas a emagrecer a continuarem a dieta.

Comentário: É preciso ter cuidado com as designações de científicas que inundam as publicações não científicas

viram o meu gato?


Não confio em pessoas que sabem exactamente o que Deus quer que elas façam

Susan B. Antony

lurdes rodrigues? Não conheço...

Sócrates versus Sócrates

quem disse que os polícias não são gulosos?

quando se trata de brocar chamem-me

Japanese Scare Tactics

O veto e o voto de Cavaco

O veto do PR à lei das uniões de facto é o voto pio de quem foi presidente da comissão de honra para a canonização de Nuno Álvares Pereira, de quem acredita que um herói se transforma em colírio para curar o olho esquerdo de D. Guilhermina de Jesus, queimado com óleo de fritar peixe, por intercessão de um guerreiro medieval.

imagem demasiado violenta