segunda-feira, junho 30, 2008

Depois dos últimos bloqueios ganhos, Sócrates vai fazer descansar os titulares Mário Lino e Jaime Silva para os próximos confrontos de Setembro

José Sócrates decidiu adoptar algumas medidas semelhantes às tomadas por Scolari que substituiu oito titulares para o jogo da Suíça. O departamento médico do governo aconselhou Sócrates a poupar Mário Lino e Jaime Silva, que têm sido obrigados a dezenas de reuniões com representantes de profissionais que têm protestado contra o preço dos combustíveis. "Os bloqueios decisivos estão ganhos. O protesto dos agricultores e dos taxistas são protestos menores. Até Setembro politicamente vamos jogar a feijões. Por isso, o Jaime Silva será poupado e em vez de frequentar reuniões vai apenas assinar uns despachos e fazer trabalhos ligeiros de rotina. Quanto ao Mário Lino, o cansaço já era tanto que na última reunião da Antram que durou seis horas, ele pediu substituição e as duas últimas horas já foram feitas por um secretário de estado que teve uma boa prestação", afirmou Sócrates.
http://biscoitointerrompido.blogspot.com/

The New World Order is Here!

Ufa

Hoje no telejornal da rtp1 várias peças deram conta das perdas de milhões de euros na bolsa dos belmiros, amorins e berardos da nossa praça.
Como nós, povo, somos umbiguistas: só pensamos nas perdas de dezenas de euros dos nossos magros vencimentos.
Ponhamos os olhos nestes mártires dos novos tempos, nós que nem imaginamos o sofrimento que seria perder estes milhões. À beira deles nós não sabemos o que é sofrer.
http://edutica.blogspot.com/

Grande magia...

Cenas da vida portuguesa








Terapia da fala não teve sucesso

Júdice só comunica por livros

O advogado e tantas outras coisas José Miguel Júdice já só comunica por livros. Mesmo este anúncio foi feito através da sua obra mais recente, O gato comeu-me a língua.
Quando abandonou o projecto de vender a frente ribeirinha de Lisboa ao pessoal que janta no Eleven, Júdice já estava com muitas dificuldades. A última coisa que conseguiu dizer, aliás, foi «depois conto o que se passou em livro...».
http://lobi.blogs.sapo.pt

Qual deles preferes...sinceramente!

resolução de problemas

Não custa vestir, custa é saber vestir

Depois do aumento do preço dos combustíveis, hoje falou-se do aumento do preço das fardas da PSP. Ao longo do dia, fui sabendo quanto custa uma camisa de bófia e quanto vale o subsídio de fardamento que o Estado paga: cinco euros.
Acabei dividido. O meu lado proletário – que está em crise como a classe – apoia os polícias que gostam de sentir aquele «cheirinho a roupa lavada», mas o meu lado anarquista – que sai mais vezes à rua – fica satisfeito por saber que o Estado dá apenas cinco euros a cada chui.
Ora, querendo tomar uma posição nesta terrível contenda que volta polícias engomados contra amarrotados, chego necessariamente a uma conclusão: o Estado deve manter o subsídio de cinco euros, mas também deve autorizar os polícias a vestirem-se na Zara. Assim, os agentes podem fazer como aquelas madames que compram sexta o vestido que devolvem segunda. Mas evitem andar com etiquetas penduradas!
http://lobi.blogs.sapo.pt/

citações...

O imposto “xerife de Notingham”

Agora inventaram uma coisa chamada “imposto Robin dos Bosques” e que é assim: o Estado aumenta os impostos aplicados aos lucros das petrolíferas e, com o dinheiro arrecadado, ajuda os mais necessitados a pagar os combustíveis (as pequenas e médias empresas, os agricultores, os pescadores, etc).
Tirar aos ricos para dar aos pobres - daí o Robin dos Bosques.
Em Itália, o governo já pratica este tipo de imposto.
Por cá, Sócrates está a pensar nisso.
Pelo contrário, o presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Vítor Santos, propôs que os consumidores bem comportados da EDP, aqueles que pagam as facturinhas todas a tempo e horas, passassem a pagar as contas dos caloteiros. Explicado melhor: o Vítor Santos pegava nas facturas que não tinham sido pagas e dividia-as por todos nós, os que cumprimos.
Pagava o justo pelo pecador.
A isto, eu chamaria o imposto “xerife de Notingham.”
Melhor: eu chamaria a isto uma lata do caraças e faria a Vítor Santos o que Robin dos Bosques fez ao xerife de Notingham (empalou-o, não foi?…)
http://www.coiso.net/

Então? Há ou não há gigantes!

Ricardo distinguido por Governo alemão

«Danke, Ricardo»
O guarda-redes da selecção portuguesa foi distinguido por Angela Merkel com o grau de Oficial dos Grandes Frangos, pelo serviço prestado à selecção alemã durante o Euro 2008.
O guarda-redes disse, comovido, «não fiz nada de especial, apenas fechei os olhos».
http://lobi.blogs.sapo.pt/222246.html#cutid1

Ah? Como é?

Exames nacionais

Governo não achou canja

As críticas são feitas por professores e alunos que dizem ter encontrado provas «muito fáceis». No entanto, o primeiro-ministro afirmou ontem que «antigamente é que os exames eram fáceis. No meu tempo até bastava mandar um fax. Mas com este Governo, não. Nós decidimos incluir umas perguntas nos enunciados e perguntas nos enunciados é bom para Portugal e para os portugueses».
http://lobi.blogs.sapo.pt

alegria no trabalho

Disciplinas “à la carte”?

“Ministério considera "ideia interessante" ensinar história das religiões na escola pública.
Proposta foi feita à Comissão da Liberdade Religiosa pelo patriarca de Lisboa e pela maçonaria

“O Ministério da Educação considera a possibilidade de uma disciplina de história comparada das religiões uma "ideia interessante". A ideia foi avançada segunda e terça-feira no colóquio internacional sobre as religiões e a paz, promovido pela Comissão da Liberdade Religiosa (CLR).” (Público - edição impressa 29-06-08)
Qual o período de vigência de um plano de estudos? Como se faz um programa de uma disciplina? Quem define os conteúdos curriculares? Com que critérios? A que lógicas obedecem? Deve ou não haver articulação curricular? Se deve haver articulação articular, quem tem a responsabilidade de articular os curricula?...

- Ambrósio, apetece-me algo.
- Uma nova disciplina, senhora?
http://olhardomiguel.blogspot.com/

sem comentários

Como definirias “ateísmo”?

O Helder passou-me um questionário com dez perguntas (1), mas esta interessa-me mais que as outras. À letra, parece perguntar o que eu faria se decidisse como definir “ateísmo”. Não definia. A palavra “sinistrado” é útil mas não precisamos de uma palavra para quem não teve um acidente. Da mesma forma, basta conceitos como cristianismo, budismo e hinduismo para designar o atropelamento por uma dessas religiões. Não é preciso um termo para quem se safa.

Mas a palavra já foi definida pelos crentes e carrega séculos de preconceitos. A questão agora é explicar o que é que “ateísmo” tem a ver comigo, visto que já não me safo da etiqueta. Para os gregos, o ateu estava privado de deuses, coitado, e na idade média o ateísmo era a ruptura deliberada da relação com Deus. Não admira que até ao século XVII, “ateu” fosse sempre uma acusação que se fazia aos outros e nunca algo que se assumisse. Até porque seria arriscado. Do século XVIII para cá a convivência de muitas culturas e a liberalização de algumas sociedades mudou a situação mas permanece o problema de acharem que o ateísmo é um ismo acerca de deuses (2). Foi uma palavra mal escolhida e enviesada à partida.

Um ismo fundamenta-se numa premissa saliente, que considera inegável, mas que é disputada por outros ismos. Cristianismo, judaísmo, budismo, marxismo, e assim por diante. Por isso não é de estranhar que julguem que o ateísmo se fundamenta na premissa que deus não existe. Mas a inexistência de deuses não é premissa nem fundamento do ateísmo. O fundamento do ateísmo é a distinção clara entre o que é, o que julgamos ser, e o que gostaríamos que fosse. O resto é consequência de compreender que estes três conceitos são distintos. Se acham que isto é tão banal que não merece um nome, muito menos um ismo, estou de acordo. É como ter uma palavra para quem não foi atropelado. Mas as consequências desta distinção são significativas.

Porque a realidade e o que penso dela são coisas diferentes posso exigir que toda a afirmação de factos tenha um fundamento empírico. Alguns interpretam esta exigência como dizendo que só o observável é real, mas não é isso. Admito a possibilidade de haver coisas que não podemos observar. Simplesmente não devemos afirmar que alguma dessas coisas exista porque isso é especular sem fundamento. Isto é consensual para unicórnios invisíveis ou extraterrestres de outras dimensões. Podem existir, mas se não se observam não se justifica afirmar que existem. Só que alguns chamam-me ateu porque aplico o mesmo critério ao que me dizem dos seus deuses.

Porque distingo o que julgo ser verdade daquilo que gostaria que fosse a minha confiança em cada hipótese depende das evidências que a destacam das alternativas. Por isso rejeito a astrologia e acho o criacionismo um disparate. E é também por isso que não tenho fé. A fé faz do desejo uma opinião na qual se confia mais do que merece. Os que professam uma religião focam este detalhe e chamam-me ateu por não partilhar a fé deles.

E a distinção entre realidade e desejo deixa-me insatisfeito com mistérios. Para pôr a realidade como eu quero tenho que perceber primeiro como ela funciona. Por isso não gasto dinheiro no professor Bambo e prefiro ciência em vez de bruxaria. E muitos crentes concordam com isto. Mas chamam-me ateu porque também rejeito o hocus-pocus na hóstia, os milagres a as missas.

A palavra já está definida mas, infelizmente, foca uma parte insignificante daquilo que refere. Sim, discordo que haja deuses. Mas mudava de ideias se o Sol nunca nascesse quando o faraó fizesse greve ou se em cada trovoada visse um tipo de toga a atirar raios cá para baixo. Não é isso que importa. A questão da existência de alguns deuses só vem à baila por causa dos que insistem que o seu é que é verdadeiro. Há imensos deuses que se pode rejeitar sem ninguém achar nada de estranho.

Por isso, a quem quiser perceber o ateísmo recomendo que esqueça a parte dos deuses. Esqueça até a palavra, que só engana. Ateísmo é só usar o bom senso que todos têm, mas sem abrir excepções para a religião que saiu na rifa.

1- Helder Sanches, 15-6-08, O Meme Ateísta
2- Wikipedia, Atheist
http://ktreta.blogspot.com/

encontre X

A minha crítica às teses de Matias Alves sobre a avaliação de professores

Tenho por Matias Alves estima e admiração profissional. Mas também divergências de fundo sobre a avaliação de professores. As 12 teses que Matias Alves postou no blog Terrear merecem-me algumas discordâncias.

Tese de Matias Alves - A obrigação de uma credível e consistente formação em avaliação de professores para avaliadores e avaliados (não esquecendo que quem "faz" a formação também é a relação formadores-formandos).

Crítica minha - Pois é, mas isso já não é possível porque a avaliação de desempenho começou antes da formação em avaliação de professores. A pressa e o voluntarismo da equipa do ME deitaram tudo a perder. Agora, andam a tentar remendar a situação com acções de formação feitas à pressa, no mês de Julho.

Tese de Matias Alves - O número de parâmetros deve poder ser substancialmente reduzido, devendo definir-se um número mínimo e permitir-se que as escolas escolham mais um nº y, em função do seu projecto e dinâmica.

Crítica minha - Isso seria piorar as coisas. Num sistema de ensino como o nosso, em que todos os professores concorrem entre si, obedecem a uma estatuto único e têm um patrão comum, o ME, deixar que as escolas, ou seja os directores, definam o número de parâmetros a avaliar seria introduzir maiores injustiças e desigualdades. A autonomia das escolas não passa por aí; passa sim por serem dotadas de maior liberdade organizativa e curricular.

Tese de Matias Alves - Os indicadores prescritos nas grelhas aprovadas devem ser dispensáveis podendo haver outros referentes mais globais e holísticos (as próprias grelhas são hoje mais um obstáculo do que uma ajuda, devendo ser abolido o seu uso obrigatório).

Crítica minha - Concordaria com Matias Alves se ele tivesse dito: "não há grelhas nem fichas impostas pelo ME, porque são desnecessárias". Defendo que a avaliação dos professores não deve ser feita por pares porque tal coisa desvia os professores da sua missão: ensinar. Então, como avaliar os professores? O processo de avaliação dos professores deveria ser incluído no processo de avaliação externa das escolas.

Tese de Matias Alves - A vantagem formadora de uma avaliação realizada por pares. Mas, para além da formação indispensável, é necessário gerar condições de confiança e caminhar no sentido de evitar que os avaliados sejam mais qualificados e competentes que os avaliadores.

Crítica minha - Não é possível gerar confiança numa avaliação feita por pares. É até errado falar-se em pares. Os directores não são pares dos professores. Oponho-me a que a avaliação dos professores seja feita pelos coordenadores de departamento porque tal coisa desvia os professors da sua missão: ensinar. Além do mais, cria situações de dependência que favorecem o silenciamento da liberdade de expressão nas escolas.

Tese de Matias Alves - O número de aulas a observar deve ser acordado entre avaliador e avaliado, em função de critérios a definir pelo conselho pedagógico da escola ou agrupamento (subentendo-se que pode haver circunstâncias em que não faça sentido a sua existência, como o Conselho Pedagógico deveria poder decidir.

Crítica minha - Se esta tese de Matias Alves fosse aceite, criar-se-ia uma enorme confusão nas escolas e a desigualdade e injustiça aumentariam exponencialmente. Considero que o recurso à assistência a aulas só deve fazer-se em duas circunstâncias: a pedido do avaliado ou para justificar as menções de Muito Bom e de Excelente. Em qualquer dos casos, a assistência às aulas deverá ser feita por personalidades externas à escola integradas no painel de avaliação externa da escola.
http://www.professoresramiromarques.blogspot.com/

solução para a fome

NEM QUE TODOS MORRAM DE FOME...

O estouro da bolha imobiliária e a fuga dos capitais das bolsas de valores têm direcionado o dinheiro para as commodities com repercussão nos preços do petróleo, metais e alimentos. É claro que o redirecionamento da produção mundial de mercadorias para países como a China, Índia e mesmo o Brasil entre outros, tem aumentado o consumo de commodities. Mas, vale ressalvar, que pelo menos China e Índia, vem apresentando crescimento econômico próximos dos percentuais atuais há vários anos sem que as commodities subam tanto como se tem observado após o estouro da bolha imobiliária, mesmo sabendo-se que seus preços sempre estiveram sujeitos à variações especulativas. Num capitalismo que não mais consegue respirar sem bolhas, era previsível após o estouro de uma surgisse a necessidade de geração de outras (1), mesmo porque o capital sobre ameaça de ser consumido pelo fogo da crise tende a escapar para lugares aparentemente mais seguros à medida que as labaredas aumentam. E o que, mas imediatamente se apresenta pronto a acolhe-lo no mercado, são as commodities de toda natureza.

A situação mundial de abastecimento dessas commodities ajuda também na formação da bolha. O preço do petróleo, por exemplo, tem variado a partir de situações reais como os limites de fornecimento desse produto pela natureza e a instabilidade no Oriente Médio. A fraqueza do dólar e a inflação mundial são outros elementos de instabilidade dos preços. Mas não são suficientes para explicar altas tão significativas como na sexta-feira de 06/06/2008, quando o barril subiu mais de dez dólares frente a indicadores de que a economia americana fazia água. Se olharmos com cuidado os momentos recentes de aceleração do preço do barril, veremos que está colado ao agravamento da crise imobiliária e as dificuldades dessa economia se manter em pé. Ou seja, parte do capital que antes se multiplicava do nada em outras plagas, frente às ameaças de ser tragado pela crise, hoje se desloca com toda força para as commodities.

O estranho comportamento das bolsas de valores em todo mundo, que sofrem fortes quedas pela desvalorização das ações dos bancos e das financeiras, e em outros momentos se recuperam com o aumento dos preços das ações das empresas petrolíferas e das que lidam com extração e processamento de metais, desconsiderando o agravamento da crise e a possibilidade real de uma recessão global, apontam para formação de uma bolha nas commodities. Quanto às bolsas de mercadorias, as safras dos produtos agrícolas são aí negociadas várias vezes ao ano, o giro vem aumentando absurdamente. Em 2007 a safra de soja foi negociada 22 vezes e a de milho 10 vezes mais do que a produção física desses produtos. Só os fundos negociaram em média 8 vezes as safras agrícolas no ano de 2007, segundo matéria publicada recentemente na Folha de São Paulo, contra 3,5 em média em anos recentes. Na verdade o que se compra e vende nessas bolsas são derivativos financeiros, papeis derivados de ativos reais, que dependendo dos rumos da cotação terminam contaminando os preços dos produtos e vice-versa.

Mas os grandes fundos, não satisfeitos com os lucros resultante desse jogo de compra e venda de papeis, resolveram investir pesado na produção e comercialização dos produtos agrícolas, adquirindo enorme extensão de terras produtivas aráveis no mundo, inclusive indústrias de fertilizantes, silos de armazenagem de grãos, equipamentos de transporte e vias de escoamento, dando-lhes grandes vantagens na especulação dos preços desses produtos e dos papéis correspondentes negociados nos mercados futuros, já que podem influenciar na cadeia produtiva, no transporte e na comercialização dos produtos agrícolas. Fala-se em mais de 40 trilhões de dólares disponíveis em busca de aplicações rentáveis. Nesse jogo pesado de muito dinheiro sem substância, que deverá concentrar e elevar os preços das terras ao infinito, o médio e pequeno agricultor, principais responsáveis pela produção de alimentos consumidos pela população, poderão sumir do mapa muito rapidamente. É provável que os fundos, associados a outros grupos que já atuam especulando no mercado, determinem em curto prazo os preços dos produtos agrícolas na produção e na comercialização segundo seus interesses financeiros. Preços altos dos alimentos para o consumidor não significam necessariamente preços "justos" para o agricultor.

Como a queima de dinheiro pela crise não é suficiente para destruir todo capital fictício circulante, mesmo porque esse capital continua sendo gerado em velocidade estonteante pelos mais diversos mecanismos como meio de evitar o colapso do capitalismo, novas bolhas como a das commodities podem ser geradas, absorvendo e aumentando o capital sem rumo, trazendo uma estabilidade provisória e um precário equilíbrio à economia mundial, até que um novo espasmo se manifeste e lembre a existência e a gravidade da crise. O que difere a bolha das commodities de outras é que ela traz consigo o desabastecimento e o agravamento da carestia que levará milhões a morrer de fome, aumentando a violência e a barbárie em todos Continentes para manter ativa a máquina de "valorização do valor".

(1) Procura-se uma nova bolha
http://rumoresdacrise.blogspot.com/

A mulher é um perfeito soldado

Crise financeira: especulação sem restrições

A pior crise financeira dos Estados Unidos desde 1929 confirma aquilo que já se sabia, pelo menos desde Keynes. As expectativas dos mercados financeiros tendem a super reagir frente a boas ou más notícias, ampliando os sinais e conduzindo a uma volatilidade excessiva nos preços dos activos. Por isso os mercados financeiros são sistemas dinâmicos altamente instáveis nos quais a valorização de títulos é altamente irracional.

Essa volatilidade é um monstro que se alimenta de si próprio: é o motor da especulação, gerando ciclos de bolhas em expansão ou em contracção súbita quando rebentam. Mas a partir de 1973 a teia reguladora que mantinha o sector financeiro sob controle foi sistematicamente desmantelada.

Bancos, corretoras, seguradoras, avalistas e toda a gama de agentes que vivem nas entranhas dos mercados bursáteis cantaram a mesma canção: a "desregulamentação" foi promovida ao abrigo da hipótese dos mercados eficientes. Algumas vozes no meio académico e nas agências reguladoras aconselharam prudência, mas as necessidades do capital financeiro impuseram-se e saíram vitoriosas. Hoje todo o mundo (literalmente) está a pagar as consequências.

A eliminação das regras aumentou a opacidade e assistiu ao surgimento de novos participantes e produtos em operações de alavancagem muito forte: fundos de cobertura de risco, produtos derivados e sintéticos altamente complexos, os chamados veículos de investimento estruturado (SIV), as obrigações de dívida colaterizadas (CDO), etc. Estas inovações nos mercados financeiros são difíceis de apreciar correctamente. Em muitos casos, as operações sobre estes instrumentos são "especiais" e colocam-se fora das declarações financeiras dos bancos e das corretoras. Além disso, muitas das companhias classificadoras têm investimentos neste tipo de instrumentos, pelo que se encontram num claro conflito de interesses. Tudo isso contribui para uma situação de falta de transparência e torna muito difícil a supervisão pelas agências reguladoras que ainda subsistem, apesar de reduzidas à sua expressão mínima.

Enquanto os promotores da desregulamentação financeira pediam menos intervenção do Estado alegando o funcionamento eficiente do mercado, a eliminação de regras conduzia a maior instabilidade. Um exemplo claro disto é a derrocada e resgate do falido Bear and Stearns, conglomerado que era ao mesmo tempo banco de investimentos, corretora e agente no mercado bursátil.

Um dos factores que converteu a crise do mercado hipotecário numa enfermidade contagiosa foi a colocação de títulos em bolsa. Em processo coloca barreiras entre os possuidores de títulos e os devedores, tornando difícil a correcta avaliação do risco creditício. Exemplo: na crise do mercado hipotecário intervieram múltiplos agentes, desde o corretor de bens imobiliários, o avaliador, o banco hipotecário, o banco de investimentos que reempacotava os créditos hipotecários como dívida colaterizada, até as agências classificadoras que concediam um triplo A para esse tipo de investimentos. Todos esses degraus estiveram a cobrar um prémio e transferiam o risco para o degrau seguinte da cadeia, que cada vez tinha menor capacidade e vocação para apreciar correctamente a solvência do devedor. O resultado final: produtos financeiros tóxicos que se distribuíram por todo o sistema financeiro, bancário e não bancário.

A crise financeira também é provocada pelos métodos de compensação e retribuição dos funcionários dos bancos e corretoras. Este sistema de compensações está baseado em bónus pelo bom desempenho definido em termos de lucros a curto prazo. Isto aumenta o chamado risco moral ao premiar a especulação e o comportamento irresponsável. Sem esquema de penalização, os altos quadros de corretoras e bancos têm fortes incentivos para aceitar riscos altíssimos que normalmente teriam sido recusados.

A necessidade de estabelecer uma nova regulamentação sobre o sistema financeiro deveria ser atendida imediatamente. Mas a realidade é que a nível nacional e internacional continua-se a favorecer o esquema da "auto-regulamentação", onde a chamada disciplina do mercado e uma série (mínima) de princípios básicos é tudo o que se precisa para assegurar o bom desempenho do sistema financeiro. Isso é o que está por trás dos acordos de Basileia II. Parece que na economia capitalista mundial o poderio do sector financeiro conseguiu impor o fraco esquema regulamentar que convém aos seus interesses.
Alejandro Nadal
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

domingo, junho 29, 2008

Bom, então até amanhã...mas muito, mas muito cuidado!

Primeira gaffe de Scolari: "vocês (ingleses) dizem Elton John eu digo boiola ou veado"

A notícia da contratação de Scolari pelo Chelsea tem aumentado a pressão dos órgãos de comunicação social oriundos de Inglaterra sob o ainda seleccionador de Portugal. Instado a comentar a falta de domínio do inglês, Scolari referiu que era igualmente importante que os ingleses tivessem curiosidade em relação às diferenças culturais e linguísticas entre Brasil e Inglaterra. Scolari acabou a conferência de imprensa parodiando o conhecido anúncio da Caixa Geral de Depósitos. "Princesa Diana, no Brasil se diz "Kenga", "piriguete" ou "ninfeta safadinha". Tony Blair é "salafrário" ou "cafajeste". Camilla Parker-Bowles se diz "parte traseira de esquentador". Vocês dizem trapalhão, no Brasil se diz "Ricardo", o goleiro de Portugal. Gordon Brown? No Brasil se diz "babaca" tal como Príncipe Carlos ou Madaíl", afirmou Scolari perante os jornalistas ingleses chocados com a sua deselegância.
http://biscoitointerrompido.blogspot.com/

Uma sugestão de férias para a maior parte dos portugueses

Bloco apresenta proposta para combater pessimismo

Liberalização das drogas leves
Os deputados do Bloco de Esquerda vão esta semana apresentar mais uma proposta de liberalização das drogas leves, argumentando, desta vez, com o combate ao pessimismo dos portugueses que foi denunciado por um estudo da Comissão Europeia.
«Não sei se estás a ver… mas… espera… onde é que eu meti o isqueiro? Está aqui, já vi… ando sempre a perdê-lo… é muito pequeno… mas dizia eu, não sei se estás a ver como um bafo, pá, só um bafo resolve boa parte do pessimismo… hã! Disseste alguma coisa? Um bafo, pá. Vê tu bem… ontem recebi uma carta da Worten a pedir-me para devolver o plasma… pá, à primeira vista fiquei de rastos, mas depois comi uma fatia de bolo de haxixe e até achei piada à ideia de passar o resto da vida a ouvir rádio num transístor antigo que ainda lá tenho… hã! Disseste alguma coisa?» - afirmou o líder da bancada.
No entanto, esta proposta não deve ser aprovada. O Partido Socialista considera que não há pessimismo nenhum e que os portugueses nunca estiveram tão optimistas. Já os comunistas lembram que é preferível continuar a comprar na candonga.
À direita, o CDS chamou um traficante ao Parlamento e o Partido Social Democrata está à espera de ouvir Marcelo Rebelo de Sousa para tomar uma posição.
http://lobi.blogs.sapo.pt/222246.html#cutid1

O quê? Importa-se de repetir??


"A nossa aposta agora é na qualidade do espaço escolar, requalificando-o. Queremos atrair para a escola portuguesa o melhor que temos na engenharia e na arquitectura", disse José Sócrates… Lusa, 27/Junho 2008

Questões para um milhão de dólares/638 mil euros

1. Em que medida tem o dólar fraco contribuído para a escalada de preços do crude?
2. Porque tem o dólar desvalorizado tanto e como se relaciona este facto com o financiamento do défice externo americano?
http://fliscorno.blogspot.com/

A festa, os foguetes e até apanham as canas


Ontem alguém se lembrou de disparar uns tiros para o ar perto do pavilhão onde algum tempo antes tinha estado o Engenheiro a falar da sua maravilhosa politica social que tantos pobrezinhos tem retirado da miséria. Fossem esses tiros dados na Musgueira, na Cova da Moura ou outro bairro do género e isso só faria com que os polícias saíssem da zona para não terem problemas. Assim juntaram-se em volta do pavilhão de Portimão desde a GNR, à Judiciária, passando pela PSP, Policia científica e de intervenção, as secretas mais a Brigada anti-terrorista e a de minas e armadilhas, o SEF e a ASAE. Muito provavelmente também lá terá estado a Brigada Veterinária, Ministros e Secretários de Estado, a Guarda Costeira, os Escuteiros de Portimão e os de Faro, Detectives Privados, Bombeiros e pensa-se a CIA, o MI5, a Mossad e o FBI. Há quem diga que se viram por lá também gente do KGB mas aí não há certezas.
O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, garantiu que o autor dos disparos contra o pavilhão onde tinha estado o primeiro-ministro não passará impune.
http://www.wehavekaosinthegarden.blogspot.com/

A Razão Incobrável


Percebem agora o sorrisinho manhoso no logotipo?
http://www.razao-tem-sempre-cliente.blogspot.com/

Entretanto, alguém me diz que horas é que são?

Soneto

Fecham-se os dedos donde corre a esperança,
Toldam-se os olhos donde corre a vida.
Porquê esperar, porquê, se não se alcança
Mais do que a angústia que nos é devida?

Antes aproveitar a nossa herança
De intenções e palavras proibidas.
Antes rirmos do anjo, cuja lança
Nos expulsa da terra prometida.

Antes sofrer a raiva e o sarcasmo,
Antes o olhar que peca, a mão que rouba,
O gesto que estrangula, a voz que grita.

Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora,
Do monstro que inventámos e nos fita.

José Carlos Ary dos Santos

P.S. Então agora, falta agir!...

dono do carro

Choque tecnológico

Para justificar o aumento das propinas, o Governo de António Guterres garantiu que estas verbas serviriam apenas para “aumentar a qualidade do ensino” e nunca seriam usadas para pagar as despesas de funcionamento das faculdades. As propinas estavam indexadas ao salário mínimo, um mecanismo que caiu pouco depois com o Governo do PSD/PP. As propinas duplicaram e andam agora pelos 900 euros/ano, um dos valores mais altos em toda Europa. Pelo meio, o número de alunos no ensino superior cresceu 46% mas o investimento público diminui 12%. As propinas foram escondendo as condições miseráveis em que se vai trabalhando nas instituições do ensino superior. Quando a manta é pequena, fica-se sempre destapado. Como agora aconteceu em Aveiro, onde a Universidade vai pagar os subsídios de férias recorrendo ao dinheiro destinado à investigação científica. Deve ser isto a que o Governo chama de choque tecnológico.

http://zerodeconduta.blogs.sapo.pt/

retorno de emigrantes


http://www.rebelion.org/

DREN não quer professores que dão notas "distantes da média" a classificar exames

Margarida Moreira diz que "alunos têm direito a ter sucesso"
Mais um direito novo: o direito ao sucesso. Pensava eu que o sucesso era uma consequência do trabalho e do mérito, afinal é um direito. Se a moda pega qualquer dia vemos a consagração do "direito a ser inteligente", o " direito a ser boa pessoa" ou , então, o "direito a ser rico". Este último até que não estava mal, já me estou a imaginar numa "manif", na Avenida da Liberdade, a reivindicar o direito ao meu porshe ou à minha vivenda no Dubai. O mais curioso é que estes novos direitos, educativamente consagrados, como "o direito a não ir às aulas", o "direito às provas de avaliação reiteradas" e agora este último "direito ao sucesso", deviam, no mínimo, fazer desconfiar até o mais crédulo dos cidadãos, ou não será assim ? Mais estranho ainda é a desproporção, em termos de direitos e agora de deveres, que à missão educativa se exige. Já todos conhecíamos a perda de direitos dos professores e a retórica da excelência e do rigor..., agora exige-se-lhe, vejam lá o paradoxo, que ele se deixa de exigências bacocas em nome do "direito ao sucesso". Afinal temos andado todos enganados, a exigência não é um dever do professor, é mais um factor da sua deformação.
Quando é que o País ganha juízo!!?

"Façam estalar no ar chicotes, (...)
Eu quero por força ir de burro."
Notícia do Público:

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1333811&idCanal=58

E agora, algo completamente diferente

Crescimento negativo e continuado da produtividade multifactorial em Portugal

A OCDE apresentou em Lisboa o seu relatório sobre Portugal referente a 2008. Na intervenção feita pelo seu secretário geral, este substituiu a credibilidade técnica que esta organização pretendia ter, por uma defesa do neoliberalismo, defendendo que a redução do défice orçamental no nosso País devia continuar sem olhar às consequências, e que era necessário uma maior flexibilidade das leis do trabalho (leia-se precariedade) para aumentar a competitividade e assegurar, desta forma, o crescimento económico. E, quando confrontado com a debilidade de tal argumento, afirmou textualmente o seguinte: «Não interessam os resultados das reformas que o governo português está a fazer, o que é importante é fazer reformas, pois a mensagem de que isso é possível em Portugal é muito importante para os agentes económicos». No entanto, os dados constantes do próprio relatório da OCDE desmentem as afirmações do seu secretário-geral.

O crescimento económico num país depende do aumento da produtividade. Normalmente fala-se apenas da produtividade do trabalho, procurando desta forma culpabilizar os trabalhadores pelo baixo crescimento económico. Segundo o relatório da OCDE, a produtividade do trabalho cresceu a uma taxa de 3,6% ao ano no período 1985-2000, e de 1,2% ao ano no período 2000-2005. Mas a chamada produtividade multifactorial registou em Portugal um “crescimento” negativo entre 2000-2005. A produtividade multifactorial é a produtividade conjunta de todos os factores de produção (trabalho, capital, etc.) que revela a eficiência/ineficiência como esses factores são utilizados. E, como revelam os dados constantes do relatório da OCDE, no período 2000-2005, a produtividade multifactorial teve um “crescimento negativo” de –0,5% ao ano em Portugal. Portanto, mais grave do que a chamada “rigidez” das relações laborais em Portugal, é a ineficiente utilização de todos os recursos que as empresas possuem, consequência da falta de capacidade de organização e de gestão dos empresários portugueses. Mas o governo, os patrões, e também o secretário geral da OCDE ocultam este grave problema, fruto da incompetência dos patrões.

O relatório da OCDE vem agora também reconhecer que a desindustrialização verificada em Portugal é uma das causas da baixa produtividade portuguesa. E isto porque a contribuição por trabalhador da indústria para a produtividade total é superior à dos serviços, e, com a desindustrialização, o emprego na indústria diminuiu, tendo aumentado nos serviços, o que provocou a descida média na produtividade do trabalho em Portugal. A culpabilização dos trabalhadores pela baixa produtividade em Portugal é assim também desmentida pelos próprios dados contidos no relatório da OCDE sobre Portugal.

O governo pretende flexibilizar (aumentar a precariedade) do emprego em Portugal. Para isso assinou um acordo com as associações patronais e a UGT para alterar o Código do Trabalho. No entanto, continua a reduzir o apoio aos desempregados. Só nos cinco primeiros meses de 2008 a despesa com subsídio de desemprego diminuiu em 106,1 milhões (–14%) relativamente a igual período de 2007, o que dá uma redução média de 21,2 milhões de euros por mês relativamente a 2007. O valor médio actual do subsídio de desemprego ronda os 500 euros por beneficiário e por mês. Se dividirmos a “poupança” de 21,2 milhões de euros por mês, que o governo de Sócrates obteve em 2008, por 500 euros por mês, conclui-se que cerca de 42.400 desempregados deixaram de receber subsídio de desemprego. Entre Janeiro e Junho de 2007, o número de desempregados a receber subsídio de desemprego baixou de 295.145 para 263.581, ou seja, diminuiu em 31.564. É evidente que em 2008 este número é ainda mais baixo, devido à redução de 42.400 referida anteriormente. A diminuição da despesa com desempregados e a redução do valor das pensões, consequência da alteração da fórmula de cálculo das pensões imposta pelo governo de Sócrates, determinou que entre 2007 e 2008, e só referente aos 5 primeiros meses do ano, o saldo global da Segurança Social tenha passado de 781 milhões de euros para 1.566 milhões de euros, ou seja, registou um aumento de 99,2%. Com este excedente criado à custa dos desempregados e dos reformados, o governo de Sócrates tenciona reduzir as contribuições dos patrões (baixando a taxa e multiplicando as isenções) para a Segurança Social, a fim de obter destes a assinatura do chamado acordo sobre a revisão do Código do Trabalho. E a consequência são as pensões de miséria e o chamado “factor de sustentabilidade”, que reduz ainda mais as pensões.
Eugénio Rosa
http://www.infoalternativa.org/autores/eugrosa/eugrosa179.htm

vícios privados, públicas virtudes

O fantasma de 29 e a crise atual

A inflação antes restrita a alguns países, torna-se um fenômeno mundial e volta a assustar. A sombra da crise de 29, que arrastou o mundo à carnificina da segunda guerra mundial e parecia esquecida, assume contornos bizarros no horizonte e já é avistada com assombro por alguns. E é ela bem mais real do que os desejos de muitos analistas e governantes. Na velocidade em que vem se formando o capital fictício a partir dos anos 80, apesar dos mecanismos de contenção, chegaria o momento que este transbordaria e mostraria sua outra face: a inflação. Tão pouco esperada para um momento em que a economia americana e mundial dá sinais de desaceleração, a inflação tem vários determinantes, mas vamos nos ater ao que achamos no momento importante.

O dinheiro excedente, gerado de diversas formas, principalmente nas bolhas e nas máquinas dos governos para ser generosamente distribuído, deve ser levado em consideração quando se fala em retomada da inflação. Vale uma ressalva antes de prosseguirmos: com a terceira revolução industrial, a produção atual de mercadoria depende da formação de capital fictício. Na fórmula clássica D-M-D’, mais dinheiro (D’) só é possível por ser a força de trabalho uma mercadoria capaz de produzir mais valor. Com a automação da produção que tende a aumentar o capital fixo e a dispensar cada vez mais trabalho do processo produtivo, a formação de mais dinheiro (D’) como expressão da “valorização do valor” entra em crise. Daí o surgimento das “máquinas” de produção de capital fictício na economia mundial que não se restringem à impressão de papel-moeda pelos governos. Foram se constituindo mecanismos sofisticados de geração dessa forma de capital, que aparentam uma relação mais direta com a produção de mercadorias do que as impressoras das casas de moedas.

Um desses mecanismos é a relação econômica dos EUA com os países asiáticos, principalmente China e Japão, onde o enorme déficit comercial americano é coberto com uma montanha de dinheiro barato vindo desses países. Outros são os juros negativos praticados pelo Fed (e outros bancos centrais), os subsídios e cortes de impostos, medidas sempre tomadas todas as vezes que a economia entra ou corre o risco de recessão. O volume de capital que passa a circular a partir daí, ofertado a longo prazo as famílias e as empresas, ultrapassa a capacidade de consumo e investimentos, permitindo liquidez para especulação de toda ordem e formação de bolhas em vários setores da economia. Essas bolhas, ao devolverem mais dinheiro mesmo que fictício ao mercado, realimentam o consumo e os investimentos, aumentando também o tamanho e a possibilidade de outras, numa crescente bola de neve que parece não ter fim. Mas, um bom observador verá que a ascensão das bolhas e o crescimento econômico a ela acoplada, são sempre acompanhados de estouros e da queda da economia.

Esse parece ter sido o meio encontrado, pela economia global, para superar as dificuldades geradas com a crise do trabalho na era da revolução tecnológica, que leva a paralisia na formação de capital, entendido como trabalho morto acumulado. Não é um processo linear. Na competição sem limites por mercados, o capital está sempre em movimento na busca de novos espaços que lhes sejam favoráveis na produção de mercadorias. Por outro lado, mesmo com o “efeito bolha”, empregos não são criados em quantidade suficiente capazes de compensar o fechamento de postos de trabalho produtivos pela introdução de novas tecnologias, que pode ser indiretamente medido pelo grande aumento da produtividade do trabalho observado nas últimas décadas em todo mundo. Esse fenômeno não impede que ondas de empregos emirjam em certos momentos do capitalismo mundial como observado até recentemente. São empregos, em grande parte, improdutivos no sentido de não gerarem mais valia, e empregos precarizados como indica a estabilidade ou mesmo a queda da massa salarial na maioria dos países.

Se por um lado essa enorme quantidade de dinheiro supérfluo empurra para frente a possibilidade de uma crise sem retorno da forma capitalista de produção, quando não devidamente contido pelos vários mecanismos financeiros pode levar a inflação, como agora observamos após o estouro da bolha imobiliária que obrigou os capitais se deslocarem para ativos reais, inflando aos céus os preços das commodities metálicas, químicas (petróleo e derivados) e de alimentos. Situação agravada com os juros negativos, principalmente nos EUA e Japão, e pela ação dos bancos mundiais dos países ditos desenvolvidos que despejaram no mercado mais de um trilhão de dólares sem, no entanto, conseguir reverter a crise do sistema financeiro nem aquecer, como se esperava, suas economias. Os velhos remédios keinesianos ou monetaristas já não funcionam mais. Juros baixos e mais dinheiro para o consumo na situação atual significa mais inflação; arrocho monetário e juros altos mais recessão sem a garantia da queda dos preços. É a crise autonomizada dando sinais de sua verdadeira dimensão, mostrando que não se deixa facilmente controlar pelas vontades das elites e dos governos.
http://rumoresdacrise.blogspot.com/

sábado, junho 28, 2008

400.000 visitas???!!! Estes gajos estão loucos! Porreiro Pá!

Para comemorar este feito, uns momentos de arte feitos por uma cambada de viciados,aaahhhh!!!E qual é o artista que não tem vícios? Eu possui-os e não sou artista...














Agora vou até à esplanada...


Olha o inglês técnico do "enginheiro" em acção!

SÓCRATES DIZ QUE A EUROPA DEVE APOSTAR NOS VEÍCULOS ELÉCTRICOS

Se não tivessem destruído a Feira Popular...Haviam lá bastantes.....
http://souburro.blogspot.com/

Uma advertência

EMERGÊNCIA

Um electricista vai até a UTI de um hospital, olha para os pacientes ligados a diversos tipos de aparelhos e diz-lhes:
- Respirem fundo; vou trocar o fusível.

Mais uma advertência...

VELHINHOS e VELHINHAS

VELHINHOS

Dois velhinhos conversam num asilo:
- Macedo, eu tenho 83 anos e estou cheio de dores e problemas. Você deve ter mais ou menos a minha idade. Como é que você se sente?
- Como um recém-nascido.
- Como um recém-nascido?!
- É. Sem cabelo, sem dentes e acho que acabei de mijar nas calças.

VELHINHAS

Duas velhinhas bem velhinhas estão jogando sua canasta semanal. Uma delas olha para a outra e diz:
- Por favor, não me leve a mal. Nós somos amigas há tanto tempo e agora eu não consigo me lembrar do seu nome, veja só a minha cabeça. Qual é o seu nome mesmo, querida?
A outra olha fixamente para amiga, por uns dois minutos, coça a testa e responde:
- Você precisa dessa informação para quando?

Um momentozinho de humor...talvez negro...

A FILHA

A filha entra no escritório do pai, com o marido a tiracolo e indaga sem rodeios:
- Papai, por que você não coloca meu marido no lugar do seu sócio que acaba de falecer?
O pai responde de pronto:
- Conversa com o pessoal da funerária. Por mim, tudo bem.

Os milionários e a crise

No DN de hoje, o Pedro Ferreira Esteves mostra-se muito surpreendido com o facto de, durante o ano passado, 200 portugueses terem subido à categoria de milionários. Lê-se no título da notícia: "Número de ricos em Portugal sobe apesar de crise económica". Se há crise, como é que pode haver gente a passar a fasquia?, pensará o Pedro Esteves.
Lembre-se que a 'fasquia' é um milhão de dólares. Já o era em 2007 e já o era muito antes. É, portanto, um limite estático, invariante às condições económicas. Se nos lembrarmos também que a quantidade de moeda em circulação, numa economia como os Estados Unidos ou a Zona Euro, cresce tipicamente a uma taxa de 4, 5, 6 (ou mais) por cento ao ano, torna-se muito fácil de perceber que, com aquela definição, não é sequer necessário uma economia crescer em termos reais para haver mais gente a ficar milionária. Inflação chega e sobra.
Se nos lembrarmos ainda que o euro valorizou quase 15% face ao dólar entre Janeiro de 2007 e Janeiro de 2008, facilmente se percebe que até pode haver portugueses a tornarem-se milionários com menos euros no bolso. Ou seja, dada uma definição de "milionário" puramente monetária basta alterarmos as condições monetárias para termos mais gente a cumprir os requisitos mínimos. Não precisamos de ser realmente mais ricos. Acresce que, em termos reais, a economia portuguesa também cresceu. Umas migalhitas, mas cresceu. Se juntarmos tudo isto, onde é que está a surpresa?
[Como é óbvio, para um aumento do número de milionários também pode contribuir uma pior distribuição do rendimento. Só pretendo aqui deixar claro que isto, sendo suficiente, não é minimamente necessário. Mesmo numa economia estagnada.]
http://apentefino.blogs.sapo.pt/

O que é que se pode fazer com este povo?

Uma questão de humidade





A camioneta




Medley

Carta de um cliente BES

(Esta carta foi direccionada ao banco BES, porém devido à criatividade com que foi redigida, deveria ser direccionada a todas as instituições financeiras.)

Exmos. Senhores Administradores do BES Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. Rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia. Funcionaria desta forma: todos os senhores e todos os usuários pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer outro produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado. Que tal? Pois, ontem saí do BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.
Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como todo e qualquer outro serviço. Além disso impõe-se taxas de. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco. Financiei um carro, ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobram-me preços de mercado, assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão. Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri. Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de crédito"-equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar.
Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de conta". Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura de padaria", pois só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.
Antigamente os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora, ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro".
Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobram-me uma taxa de 1 EUR. Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR "para manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa de existência da padaria na esquina da rua". A surpresa não acabou. Descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".

Mas os senhores são insaciáveis. A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer. Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de v/. Banco.
Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?

Depois de eu pagar as taxas correspondentes talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc., etc., etc. e que apesar de lamentarem muito e de nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto pela lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso, como sei também que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.
Sei que são legais, mas também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.
(omito deliberadamente o nome do autor)

Mais paisagens...


BILDERBERG

Em Portugal, nem as televisões nem a imprensa divulga, mas a BBC já fez notícia sobre a teoria de que o mundo pode estar a ser manobrado e controlado pela alta finança, pela alta indústria e por alguns governos poderosos.
http://news.bbc.co.uk/1/hi/magazine/3773019.stm
http://www.youtube.com/watch?v=S0gzu-bBAMU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=JXqj9epGEas
130 "poderosos" (chamemos-lhes assim) e alguns convidados, organizam um encontro anual num local secreto (divulgado aos participantes próximo da data de realização) desde 1954.
A organização dá pelo nome de BILDERBERG!
Se tiver interesse no assunto, veja:
http://en.wikipedia.org/wiki/Bilderberg_Group
http://www.newsconfidential.com/FS/FS_Story.php?RequestID=60001
BILDERBERG GROUP NÃO TEM WEBSITE!

Paisagens a morrer...