Um poema de Natália Correia a João Morgado
«O acto sexual é para ter filhos» - disse na Assembleia da República,
no dia 3 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado
num debate sobre a legalização do aborto.A resposta de Natália Correia,
em poema - publicado depois pelo Diáriode Lisboa em 5 de Abril desse ano -
fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção,
tendo os trabalhos parlamentares sidointerrompidos por isso:
Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração!
-uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
Make the Pie Higher
A Poem by George W Bush...
constructed from George Select's own words...
I think we all agree, the past is over.
This is still a dangerous world.
It's a world of madmen and uncertainty and potential mental losses.
Rarely is the question asked
Is our children learning?
Will the highways of the internet become more few?
How many hands have I shaked?
They misunderestimate me.
I am a pitbull on the pantleg of opportunity.
I know that the human being and the fish can coexist.
Families is where our nation finds hope, where our wings take dream.
Put food on your family!
Knock down the tollbooth!
Vulcanize society!
Make the pie higher! Make the pie higher!
Já me dizia a minha tia
Cada doido com sua mania
Oh filhas, tende piedade
Ide buscar o Francisco Trindade
Puxai-o p`ra vossa beira
Antes que o rapaz faça alguma asneira
Passai-lhe as mãos pelo pêlo
Com luxúria e muito zelo
Para que o pobre garçon
Esqueça de vez o Proudhon
Sa chandelle est morte (quelle horreur!)
Elle nà pas de feu
Donnez lui votre chaleur
Pour amour de Dieu
Agnus Dei
Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos
e os corações aos tropeços.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com
o seu trabalho, ou amor,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir
atrás de um sonho
quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos...
Pablo Neruda
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