Já nos acostumamos ao novo dogma estabelecido pelas estatísticas sobre economia no mundo inteiro. Independentemente do crescimento da economia, da taxa de cambio, da balança de pagamentos, a renda do trabalhador sempre cai.
É um fato que intriga os economistas ortodoxos e exige explicações das mais mirabolantes. Independentemente do desempenho, do aquecimento ou desaceleração da atividade econômica, da balança de pagamentos, da taxa de cambio e outros indicadores, a renda do trabalho sempre cai.
Isso pode ser conferido em países desenvolvidos como os EUA ou “em desenvolvimento” como o Brasil, passando por países europeus e asiáticos. Mas isso só é surpresa para quem não entende os mecanismos da economia global em sua intimidade.
O novo paradigma tecnológico e gerencial é totalmente voltado para o aumento da taxa de lucro por meio da redução constante dos custos de mão-de-obra. Isso é feito pela substituição sistemática dos empregados com maiores salários por soluções que envolvam tecnologia de informação.
Em português claro, trata-se de substituir os gerentes por redes de computadores. Como a robotização e a mecanização generalizada já esgotaram seu potencial de eliminação de empregos nas linhas de produção, volta-se agora para os empregados de “colarinho branco”.
De fato, temos na revista Veja, um interessante quadro explicativo de como se dá o empobrecimento da classe trabalhadora. O quadro se intitula “Menos salário para a classe média” e se baseia em dados do IBGE e do Ministério do Trabalho. O texto explicativo é:
“Um levantamento mostra como a substituição de funcionários levada a cabo pelas empresas nos últimos dez anos, atingiu principalmente os profissionais com curso superior e nível de gerência. Ou seja, aqueles que costumam ser os chefes de família de classe média”.(*)
Segue-se uma tabela que apresenta “A mordida no salário”, vamos aos números: “Entre um funcionário demitido e outro contratado, o salário diminui em:”
24% para gerentes
22,5% para os que têm faculdade
17,5% para os que têm o segundo grau completo
12% para os que cursaram, no máximo, até a oitava série.
Podemos concluir que apesar das quedas de salário serem generalizadas, seu efeito é muito mais prejudicial para as pessoas com maior grau de escolaridade e/ou experiência de trabalho. Em termos de um mercado de trabalho tradicional isso deveria ser um contra-senso.
Mas se considerarmos que as novas tecnologias de informação e os novos métodos gerenciais têm por objetivo eliminar exatamente essa mão-de-obra, não é surpresa nenhuma que esses resultados se mostrem nas estatísticas.
Isso ajuda a compreender melhor as razões da decadência da classe trabalhadora e desmistifica o problema do desemprego estrutural como resultado de uma suposta falta de qualificação da população para as novas realidades do mercado.
A classe trabalhadora está condenada, onde não há desemprego em massa, há o achatamento brutal dos salários. O maior nível de estudos ou o acúmulo de experiência profissional, não são de forma alguma antídoto para esse processo irreversível.
Está na hora de pensar nesse assunto mais a sério...
http://lauromonteclaro.sites.uol.com.br/
É um fato que intriga os economistas ortodoxos e exige explicações das mais mirabolantes. Independentemente do desempenho, do aquecimento ou desaceleração da atividade econômica, da balança de pagamentos, da taxa de cambio e outros indicadores, a renda do trabalho sempre cai.
Isso pode ser conferido em países desenvolvidos como os EUA ou “em desenvolvimento” como o Brasil, passando por países europeus e asiáticos. Mas isso só é surpresa para quem não entende os mecanismos da economia global em sua intimidade.
O novo paradigma tecnológico e gerencial é totalmente voltado para o aumento da taxa de lucro por meio da redução constante dos custos de mão-de-obra. Isso é feito pela substituição sistemática dos empregados com maiores salários por soluções que envolvam tecnologia de informação.
Em português claro, trata-se de substituir os gerentes por redes de computadores. Como a robotização e a mecanização generalizada já esgotaram seu potencial de eliminação de empregos nas linhas de produção, volta-se agora para os empregados de “colarinho branco”.
De fato, temos na revista Veja, um interessante quadro explicativo de como se dá o empobrecimento da classe trabalhadora. O quadro se intitula “Menos salário para a classe média” e se baseia em dados do IBGE e do Ministério do Trabalho. O texto explicativo é:
“Um levantamento mostra como a substituição de funcionários levada a cabo pelas empresas nos últimos dez anos, atingiu principalmente os profissionais com curso superior e nível de gerência. Ou seja, aqueles que costumam ser os chefes de família de classe média”.(*)
Segue-se uma tabela que apresenta “A mordida no salário”, vamos aos números: “Entre um funcionário demitido e outro contratado, o salário diminui em:”
24% para gerentes
22,5% para os que têm faculdade
17,5% para os que têm o segundo grau completo
12% para os que cursaram, no máximo, até a oitava série.
Podemos concluir que apesar das quedas de salário serem generalizadas, seu efeito é muito mais prejudicial para as pessoas com maior grau de escolaridade e/ou experiência de trabalho. Em termos de um mercado de trabalho tradicional isso deveria ser um contra-senso.
Mas se considerarmos que as novas tecnologias de informação e os novos métodos gerenciais têm por objetivo eliminar exatamente essa mão-de-obra, não é surpresa nenhuma que esses resultados se mostrem nas estatísticas.
Isso ajuda a compreender melhor as razões da decadência da classe trabalhadora e desmistifica o problema do desemprego estrutural como resultado de uma suposta falta de qualificação da população para as novas realidades do mercado.
A classe trabalhadora está condenada, onde não há desemprego em massa, há o achatamento brutal dos salários. O maior nível de estudos ou o acúmulo de experiência profissional, não são de forma alguma antídoto para esse processo irreversível.
Está na hora de pensar nesse assunto mais a sério...
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