quinta-feira, julho 06, 2006

Bush lança operação diplomática após triplo suicídio em Guantánamo

O Presidente norte-americano, George W. Bush, reagiu com "profunda inquietação" à morte de três reclusos na prisão americana de Guantánamo, em Cuba, informou a Casa Branca. Os três homens morreram na sequência do que foi descrito pelo Exército "aparentemente de um pacto suicida".Os dois sauditas e um iemenita foram encontrados mortos ontem de manhã nas suas celas na base naval norte-americana de Guantánamo e ter-se-ão enforcado utilizando lençóis e toalhas, revelou o almirante Harry Harris. "Enforcaram-se com cordões feitos por eles mesmos com lençóis e toalhas", declarou o comandante da base em entrevista telefónica.O almirante Harris disse que estas baixas foram as primeiras registadas entre centenas de reclusos - por suspeita de terrorismo - desde 2001. Todavia, acrescentou, "os suicídios não foram um acto de desespero, mas sim de guerra".O Presidente norte-americano foi ontem alertado para o sucedido, em Camp David, onde está a passar o fim-de-semana. A informação chegou no âmbito da reunião diária para reportar informação sensível e Bush terá frisado a importância de um esforço diplomático para informar os países e organizações mundiais sobre o sucedido.Guantánamo tem sido um problema de política externa para o Presidente dos Estados Unidos, no âmbito de uma política antiterrorista dura em que as questões de direitos humanos têm sido motivo de polémica. Agora, segundo explicou o assessor de imprensa da Casa Branca, Tony Snow, "houve um esforço agressivo não só por parte do Pentágono, mas também da Casa Branca para começar a investigar“ os alegados suicídios. "É senso-comum. Guantánamo é obivamente um tema de alguma preocupação". Como reflexo dos possíveis problemas diplomáticos que estas mortes podem gerar, a Casa Branca e o seu Conselho de Segurança, mas também o Departamento do Estado e os elos de ligação de Bush com o Congresso norte-americano puseram-se em campo para contactar as Nações Unidas, a União Europeia, a maioria dos países europeus a título individual, as embaixadas de países do Médio Oriente e Próximo Oriente, a Comissão Internacional da Cruz Vermelha e representantes internos no Congresso e no Senado, para apaziguar os ânimos. "Ele quer assegurar-se de que isto é feito da forma correcta de todos os pontos de vista", disse Tony Snow ontem à noite sobre as intenções de Bush.O Presidente americano pediu, segundo Snow, que os corpos sejam "tratados de forma humana e com sensibilidade cultural" em respeito das tradições fúnebres muçulmanas. Em Guantánamo estiveram já detidas 759 pessoas e neste momento estão ali detidas 462. Nos últimos quatro anos e meio houve acima de 40 tentativas de suicídio na base americana em Cuba.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1260600&idCanal=15

Sem comentários: