Seu edifício foi totalmente destruído pela aviação israelense logo no início do conflito. Só esteve dois minutos fora do ar e agora transmite a partir de um lugar secreto.
Al Manar, a cadeia de televisão do Hezbollah, é hoje uma lenda de sobrevivência e nesta batalha em todas as frentes, a cara mediática da guerrilha islâmica na guerra contra Israel. Ninguém imagina de onde emitem, como o conseguem e menos ainda quem é o corajoso que se atreve a participar nos seus programas. Mas continuam no ar, com sua programação habitual e até seus "talk shows" com convidados. Com seu edifício de cinco pisos destruído pelas bombas no "perímetro" de segurança da milícia xiita no sul do Líbano, o canal de televisão do Hezbollah só esteve dois minutos fora do ar após o ataque. Móvel e organizado como os milicianos que combatem Israel, começou a transmitir de "algum lugar" de Beirute imediatamente após.Al Manar foi um "target" israelense no início da crise. Seu edifício veio abaixo como um acordeão sob uma chuva de mísseis, mas houve apenas um ferido. O canal pôs em andamento seu plano de acção: como na guerra, cada jornalista e técnico sabia o que devia fazer e aonde ir em caso de emergência. O telefone passou a ser um instrumento estritamente necessário e as chamadas duravam apenas uns segundos."Em algum de Beirute", o chefe de Relações Públicas da Al Manar, Ibrahim Farhat, conversou com Clarín para contar a aventura de fazer "jornalismo comprometido" em plena guerra e quando sua cadeia é para Israel um objectivo fundamental a silenciar.Calmo, com um elegante traje beije e uma camisa azul, este jornalista — que decidiu trabalhar na Al Manar por estar ideologicamente convencido da sua missão — nem sequer, afirma ele, sente temor. É essa "capacidade de sacrifício xiita" que os ocidentais e especialmente os israelenses não entendem e temem.A entrevista implica certas medidas de segurança. É Farhat quem chega, discretamente, como qualquer transeunte, a um lugar público. Escusa-se de dar pormenores por razões óbvias de sobrevivência pessoal."A Al Manar é uma equipe de 350 pessoas. Quando estalou a crise a direcção do canal ordenou a 70 delas, especialmente os administrativos, que não viessem trabalhar. Os outros 270 estão todos no lugar, motivados, nenhum quer ir embora", explicou.O canal preparou-se conscientemente para a guerra. Quando as antenas, localizadas em diferentes regiões do país, são atacadas existem equipes técnicas que as reparam imediatamente, apesar dos pedidos de espera da direcção."Nossa equipe técnica é realmente heróica", afirma Farhat com orgulho.Para os jornalistas de Al Manar, resistir é continuar com a emissão, é o comandante da batalha da opinião pública do Hezbollah. Todo o seu pessoal tem a mesma ideia e a mesma paixão. É sua guerra, sua luta.Têm correspondentes no sul do Líbano e também o último jornalista que resta em Majajuhm, onde estava a base da ocupação no sul do país. Todos os jornalistas estrangeiros partiram da zona devido ao perigo dos bombardeamentos."Assume riscos como todos os correspondentes de guerra, mas é um jornalista. Nem mais nem menos que os outros, mas mais comprometido", responde Farhat, ao ser perguntado se eles são jornalistas e simultaneamente milicianos."Nós somos jornalistas, comprometidos, mas jornalistas. Temos um compromisso público efectivo. Estamos na Al Manar porque cremos na causa. Não somos nem milicianos nem combatentes. Não dizemos que as forças israelenses atacaram e sim que o 'inimigo israelense' atacou"."Tudo é móvel na Al Manar. Nas condições em que trabalhamos, tem de ser", esclareceu.A Al Manar primeiro foi proibida na Europa nas suas emissões pelas antenas de satélites e a seguir foi atacada pelos bombardeamentos israelenses. Seus jornalistas estão bastante decepcionados pela escassa solidariedade da imprensa internacional diante das agressões que sofreram.
María Laura Avignolo
http://resistir.info/
Al Manar, a cadeia de televisão do Hezbollah, é hoje uma lenda de sobrevivência e nesta batalha em todas as frentes, a cara mediática da guerrilha islâmica na guerra contra Israel. Ninguém imagina de onde emitem, como o conseguem e menos ainda quem é o corajoso que se atreve a participar nos seus programas. Mas continuam no ar, com sua programação habitual e até seus "talk shows" com convidados. Com seu edifício de cinco pisos destruído pelas bombas no "perímetro" de segurança da milícia xiita no sul do Líbano, o canal de televisão do Hezbollah só esteve dois minutos fora do ar após o ataque. Móvel e organizado como os milicianos que combatem Israel, começou a transmitir de "algum lugar" de Beirute imediatamente após.Al Manar foi um "target" israelense no início da crise. Seu edifício veio abaixo como um acordeão sob uma chuva de mísseis, mas houve apenas um ferido. O canal pôs em andamento seu plano de acção: como na guerra, cada jornalista e técnico sabia o que devia fazer e aonde ir em caso de emergência. O telefone passou a ser um instrumento estritamente necessário e as chamadas duravam apenas uns segundos."Em algum de Beirute", o chefe de Relações Públicas da Al Manar, Ibrahim Farhat, conversou com Clarín para contar a aventura de fazer "jornalismo comprometido" em plena guerra e quando sua cadeia é para Israel um objectivo fundamental a silenciar.Calmo, com um elegante traje beije e uma camisa azul, este jornalista — que decidiu trabalhar na Al Manar por estar ideologicamente convencido da sua missão — nem sequer, afirma ele, sente temor. É essa "capacidade de sacrifício xiita" que os ocidentais e especialmente os israelenses não entendem e temem.A entrevista implica certas medidas de segurança. É Farhat quem chega, discretamente, como qualquer transeunte, a um lugar público. Escusa-se de dar pormenores por razões óbvias de sobrevivência pessoal."A Al Manar é uma equipe de 350 pessoas. Quando estalou a crise a direcção do canal ordenou a 70 delas, especialmente os administrativos, que não viessem trabalhar. Os outros 270 estão todos no lugar, motivados, nenhum quer ir embora", explicou.O canal preparou-se conscientemente para a guerra. Quando as antenas, localizadas em diferentes regiões do país, são atacadas existem equipes técnicas que as reparam imediatamente, apesar dos pedidos de espera da direcção."Nossa equipe técnica é realmente heróica", afirma Farhat com orgulho.Para os jornalistas de Al Manar, resistir é continuar com a emissão, é o comandante da batalha da opinião pública do Hezbollah. Todo o seu pessoal tem a mesma ideia e a mesma paixão. É sua guerra, sua luta.Têm correspondentes no sul do Líbano e também o último jornalista que resta em Majajuhm, onde estava a base da ocupação no sul do país. Todos os jornalistas estrangeiros partiram da zona devido ao perigo dos bombardeamentos."Assume riscos como todos os correspondentes de guerra, mas é um jornalista. Nem mais nem menos que os outros, mas mais comprometido", responde Farhat, ao ser perguntado se eles são jornalistas e simultaneamente milicianos."Nós somos jornalistas, comprometidos, mas jornalistas. Temos um compromisso público efectivo. Estamos na Al Manar porque cremos na causa. Não somos nem milicianos nem combatentes. Não dizemos que as forças israelenses atacaram e sim que o 'inimigo israelense' atacou"."Tudo é móvel na Al Manar. Nas condições em que trabalhamos, tem de ser", esclareceu.A Al Manar primeiro foi proibida na Europa nas suas emissões pelas antenas de satélites e a seguir foi atacada pelos bombardeamentos israelenses. Seus jornalistas estão bastante decepcionados pela escassa solidariedade da imprensa internacional diante das agressões que sofreram.
María Laura Avignolo
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